Wallace e Lucão tem planos diferentes para o futuro. Enquanto o primeiro entende que seu ciclo na seleção brasileira masculina de vôlei se encerrou, o segundo quer continuar na equipe. Os dois falaram logo após o revés para a Argentina na disputa pelo bronze nos Jogos Olímpicos de Tóquio que tirou o Brasil do pódio pela primeira vez desde Sydney 2000.
— Acho que é o fim do meu ciclo. Estou há 11 anos na seleção, acredito que para mim seja o último. Acho que tudo que eu poderia dar para a seleção foi dado, e agora é bola para frente — justificou Wallace, 34 anos. Ele foi eleito o melhor jogador da Liga das Nações há um mês e meio, mas teve um desempenho irregular na Olimpíada de Tóquio.
Lucão é da mesma geração que o Wallace e, assim como o companheiro, ostenta um ouro, conquistado na Rio 2016, e uma prata, em Londres 2012. O central de 35 anos, porém, considera que ainda pode contribuir com a seleção brasileira em quadra. Ele foi um dos poucos destaques da instável campanha da equipe.
— Eu sou teimoso. Ano que vem é ano de Mundial. Eu sempre falei que vão ter que me tirar de ambulância da seleção brasileira, enquanto eu tiver condições, enquanto o treinador me convocar, estarei na seleção. Se for para jogar um amistoso, se for para jogar Sul-Americano, qualquer coisa vou estar lá, porque é o que a gente ama fazer, é o que a gente gosta de fazer, é o que traz o sustento para nossa família. O vôlei me deu tudo que tenho, então não posso dizer não. Eu me cuido. Estou sempre focado — enfatizou o atleta.
O levantador Bruninho, 35 anos, que disputou sua quarta Olimpíada, não está certo sobre o futuro na seleção. O capitão da equipe prefere tomar uma decisão em outra ocasião, com a cabeça fria. Mas reconhece que a seleção deverá passar por uma renovação em um ciclo mais curto até os Jogos de Paris, em 2024.
— Nessas horas é difícil fazer uma avaliação. Com certeza, é um momento muito tenso também. Tudo isso que a gente vem vivendo nessa temporada, então, nesse momento, a fadiga mental é muito grande. Difícil até dizer o que vai acontecer no futuro. A gente tem jogadores para mais de 33, 34 anos. Então, não sei o que o pessoal está pensando e o que nós também vamos decidir — opinou.
A frustrante campanha em Tóquio foi a pior da seleção brasileira masculina de vôlei desde Sydney, quando também ficou fora do pódio. Na Austrália, o Brasil também perdeu para a Argentina, mas nas quartas de final, e fechou sua participação em sexto. No Japão, terminou em quarto depois de disputar quatro finais olímpicas seguidas.