A derrota da seleção brasileira masculina de vôlei para os russos teve um sabor amargo. Em um jogo equilibrado, depois de um bom começo e de estar liderando o terceiro set por 19 a 12, o Brasil cedeu a virada e perdeu a chance de disputar sua quinta final olímpica consecutiva.
Resta a disputa do bronze, mas para um esporte que se acostumou a vencer e que desde os Jogos de Los Angeles 1984 esteve em seis das nove finais, o resultado parece ser menor, mesmo que um pódio olímpico deva ser valorizado ao extremo.
Os Jogos de Paris, daqui três anos, avizinham-se com um cenário preocupante. Com uma geração vitoriosa se aproximando do final, já que dos nove dos 12 jogadores têm 30 anos ou mais, o vôlei brasileiro viverá um momento de transição e precisará de um grande trabalho de renovação.
E essa montagem precisará passar não só pelas mãos de profissionais como Renan Dal Zotto e Carlos Schwanke, que lideram a comissão técnica, mas também pela CBV, que nos últimos anos vive momentos de incerteza em meio a problemas estruturais e até denúncias que vieram à tona com a "Operação Desmico", que apura crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Eu x Rússia
Se dias atrás escrevi aqui e falei na transmissão da Rádio Gaúcha sobre a coincidência de transmitir os três pódios olímpicos de Mayra Aguiar, quero compartilhar com vocês o meu "trauma russo".
Em Londres, transmiti a decisão do ouro e relatei a virada dos europeus. Em 2016, estive no Maracanãzinho na semifinal vencida pelo Brasil, mas como espectador. E hoje, em Tóquio... Mas antes de você me chamar de azarado, quero dizer que em 2012 estava narrando a vitória da seleção feminina sobre a Rússia, e na manhã passada participei da jornada que contou uma nova vitória das brasileiras sobre as russas.
Mulheres douradas
Ela ainda não terminou sua campanha em Tóquio. Mas Bia Ferreira é mais uma grande história do esporte brasileiro. Primeira brasileira a disputar uma final olímpica do boxe, ela fez parte do projeto Vivência Olímpica, em que 20 revelações de diversas modalidades conviveram com os atletas olímpicos brasileiros no Rio em 2016.
Esta experiência rendeu frutos, e a pugilista se tornou campeã mundial em 2019. A baiana de 28 anos pode, através de seus punhos, tornar-se a sexta mulher brasileira a ganhar uma medalha de ouro individual e se juntar a Maurren Maggi, Sarah Menezes, Rafaela Silva, Rebecca Andrade e Ana Marcela Cunha.