A velocista bielorussa Krystsina Tsimanouskaya, que deixou o Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 por enfrentar ordens de técnicos e dirigentes compatriotas, colocou em leilão, nesta segunda-feira (9), uma medalha de prata que conquistou nos Jogos Europeus de 2019. O intuito dela é arrecadar fundos e apoiar atletas de Belarus. Tsimanouskaya postou a oferta, que tem nove dias de duração, no portal "ebay". O valor inicial é de 17 mil euros (R$ 104,7 mil).
A Fundação de Solidariedade Esportiva Bielorussa, que apoiou a velocista de 24 anos na decisão de abandonar a equipe nacional, deixar os Jogos Olímpicos e viajar para a Polônia, confirmou em comunicado oficial a decisão da velocista de leiloar a medalha.
— Em apoio aos atletas que sofreram com as ações do regime de (Aleksander) Lukashenko — disse o texto, em referência ao atual presidente de Belarus.
Na última quinta-feira (5), o Comitê Olímpico Internacional (COI) retirou as credenciais de dois dos técnicos da equipe bielorrussa de atletismo — Artur Shimak e Yury Maisevich —, acusados de terem coagido Tsimanouskaya.
Relembre a história
A velocista, que disputaria os 200m, afirma ter recebido ordem de voltar ao país de origem, em 1º de agosto, após reclamar em público de uma ordem que recebeu de mudar de prova e participar do revezamento 4x100m.
No Aeroporto de Haneda, em Tóquio, para onde foi levada, com o objetivo de tomar um voo de volta ao país de origem, a velocista pediu proteção a policiais japoneses, segundo explicou em declarações à emissora de televisão japonesa NHK.
O Comitê Olímpico de Belarus, presidido por Viktor Lukashenko, filho do presidente do país, garantiu em comunicado oficial que a velocista teve que suspender a participação nos Jogos Olímpicos por decisão dos médicos devido ao "estado emocional e psicológico" que apresentava. Por sua vez, Tsimanouskaya negou a versão, que afirmou se tratar de uma mentira.
Na última quinta-feira, a velocista chegou à Polônia, segundo o vice-ministro de Relações Exteriores do país, Marcin Przydacz, que garantiu que a atleta estava em local "seguro", em meio ao temor de represálias do governo bielorrusso.