O Brasil teve um resultado de certa forma decepcionante no judô nos Jogos Olímpicos do Japão. Foram duas medalhas, ambas de bronze — conquistadas por Daniel Cargnin e Mayra Aguiar. É o pior resultado desde Atenas 2004, quando também foram conquistados dois terceiros lugares. Além disso, no novo torneio por equipes, o Brasil perdeu para Holanda e Israel e ficou sem medalha.
Para Ney Wilson, chefe da equipe brasileira de judô, a transição entre os homens e as dificuldades na preparação foram os motivos para o resultado abaixo do esperado.
— A gente tem a equipe masculina num processo de renovação, diferentemente da feminina, que tem atletas muito experientes e algumas mais novas. A equipe masculina só tem o Baby com maior bagagem. Esses Jogos são diferentes, porque tivemos muita dificuldade na preparação. Um atleta jovem precisa de mais rodagem, mais treinamento, coisa que a pandemia nos dificultou. Certeza que cada desses atletas, dentro das possibilidades, teve a melhor preparação e entregou o melhor melhor podia — avaliou. — Se eu tiver que apontar alguma coisa em termos de resultados da equipe masculina é a dificuldade de preparação. Conquistamos todas as vagas, mas faltou um intercâmbio melhor que é nossa linha de trabalho — acrescentou.
Para Ney, o resultado olímpico deve ser exaltado. Em especial Mayra Aguiar, que conquistou o bronze depois de um ciclo olímpico que contou com uma grave lesão ligamentar no joelho.
— Nós fomos em janeiro ao Master em Doha e saímos sem medalha nenhuma. Saímos dos Jogos Olímpicos com duas medalhas. Uma superação incrível de uma atleta (Mayra Aguiar) que superou muita coisa para conquistar a terceira medalha olímpica. E um rosto novo (Daniel Cargnin) que trouxe um grande resultado, um exemplo da renovação. Mantivemos a tradição de nos mantermos em Jogos Olímpicos. A modalidade trouxe duas medalhas e ajudou o Brasil no quadro de medalhas. Claro queríamos mais, mas a avaliação é boa — completou.
O Brasil igualou o resultado de Atenas 2004, quando teve bronzes com Leandro Guilheiro e Flávio Canto. Em Pequim 2008, foram três bronzes — Leandro Guilheiro, Tiago Camilo e Ketleyn Quadros.
Em Londres 2012, o Brasil teve um ouro, com Sarah Menezes, e três bronzes, de Felipe Kitadai, Rafael Silva e Mayra Aguiar. No Rio 2016, Rafaela Silva foi ouro, enquanto Mayra Aguiar e Rafael Silva repetiram o bronze.
Ao todo, o Brasil chegou a 24 medalhas na história do judô. É o esporte que mais rendeu pódios ao país em Olimpíadas.