Ana Patrícia força o saque e manda para fora. O erro custa o terceiro set e o jogo com a parceira Rebecca na noite desta sexta-feira (30), no horário do Brasil. Com a derrota de virada para as americanas Kelly Claes e Sarah Sponcil, por 17/21, 21/19 e 11/15, as brasileiras não apenas perdem a chance de fechar em primeiro do Grupo D como terminam em terceiro e podem ter de disputar a repescagem do vôlei de praia nas Olimpíadas de Tóquio.
As brasileiras terão de esperar a definição dos outros grupos para saber se o resultado obtido na chave será suficiente para que avancem como um dos dois melhores terceiros — entre seis chaves — ou se serão obrigadas a encarar um jogo a mais, na repescagem, por vaga nas oitavas de final.
— Começamos muito bem o jogo, fizemos um primeiro set muito bacana, viemos para o jogo sabendo que seria um duelo muito difícil porque elas têm um jogo muito organizado, tem um jeito diferente de jogar, usam muita bola de segunda, então você tem de ficar todo tempo ajustando seu sistema defensivo, esperando a bola de segunda da Kelly Claes — contou Ana Patrícia, admitindo que as americanas estava mais inspiradas:
— No primeiro set fomos muito bem, no segundo estávamos bem, mas entrou uma sequência de pontos delas que não esperávamos, em erros que normalmente não cometemos. Aconteceu e temos de entender e melhorar para o próximo. E no tiebreak começou com uma diferença de três pontos evitáveis, que tomamos decisões erradas. Não desistimos, tentamos buscar, mas reconhecemos que podemos jogar melhor.
Das três partidas disputadas nos Jogos Olímpicos, elas ganharam apenas da dupla queniana, por 2 a 0. Mas, nas duas derrotas, para as americanas nesta sexta-feira (30) e diante das polonesas, há dois dias, elas somaram um set, o que pode ajudar a avançarem direto nos critérios de desempate.
Depois de um grande primeiro set e triunfo por 21/17, as brasileiras começaram a errar demais a partir do segundo, o que custou caro. Tentavam fechar o jogo e acabaram caindo por 21 a 19, levando a decisão para o tiebreak.
No set final, com pontuação apenas até 15, as falhas foram ainda maiores e Claes e Sponcil abriram vantagem boa de cinco pontos. As brasileiras ainda tentaram reação no fim. Um contra-ataque perdido poderia diminuir o placar para 13 a 11. As americanas abriram 14 a 10, bloquearam para fora, mas no saque errado de Ana Patrícia garantiram a vitória e a liderança da chave.
A queda de rendimento das brasileiras tem motivo. Elas estão buscando a redenção em Tóquio depois de sofrerem em toda a preparação por causa das lesões. Perderam muitos torneios e quase não conseguiram trabalhar juntas. Mas estão garantidas, seja na repescagem ou nas oitavas diretamente e ainda podem sonhar em ir longe no vôlei de praia, que já rendeu 13 medalhas olímpicas ao país.