Com o vôlei no sangue, afinal é filho de Paulão, campeão olímpico em Barcelona 1992, o levantador brasileiro Pedro Henrique Jukoski, que defende o atual bicampeão espanhol, o CV Teruel, da cidade de mesmo nome localizada na comunidade autônoma de Aragão, vive dias complicados no país onde seu pai entrou para a história do esporte brasileiro. Depois de se destacar pelo Manacor, ele está em sua segunda temporada na Espanha. Porém, como toda a população mundial também enfrenta a pandemia do coronavírus, que neste momento tem suas maiores preocupações na Europa.
— Por aqui, já encerramos as atividades desde a última segunda-feira, quando foi decretado o final da Liga. Estamos de quarentena total, Estado de Emergência no país. Não podemos sair, a não ser para as necessidades básicas, como farmácia, supermercado. A Espanha está em um momento bastante complicado. É o segundo país da Europa com mais casos de coronavírus — conta desde seu apartamento em Teruel, onde tenta manter uma rotina.
Quando do cancelamento da Liga da Espanha, o Teruel ocupava a segunda posição na classificação geral, atrás apenas do Almería, mas já acumulava duas conquistas na temporada: a Supercopa e a Copa do Rei.
— Agora estamos resolvendo os contratos com o clube. As atividades estão encerradas. Se tudo der certo, até semana que vem, eu consigo voltar ao Brasil. A temporada, primeiramente, foi suspensa até 4 de abril. Mas, pelo momento da Espanha, depois foi cancelada. Agora, depende do clube encerrar os contratos porque a temporada vai até maio. Por causa do vírus, tivemos dois meses a menos de trabalho, como em outras ligas da Europa que também já cancelaram — relata o jogador de 24 anos, que nasceu em Londrina.
Com passagens por seleções brasileiras de base e por APAV/Canoas, Sesc-RJ e Taubaté, equipes da Superliga brasileira, Pedro Henrique conta como foi a chegada do novo coronavírus ao território espanhol.
— As coisas aconteceram muito rápido. Tudo mudava de hora em hora. A Espanha demorou muito para iniciar medidas de combate e por isso se encontra nesse momento de dificuldade — afirma.
Segundo Pedro Henrique Jukoski, essa demora também foi verificada no esporte.
— O vôlei primeiro cancelou a Liga, mas nós podíamos treinar uma vez ao dia para evitar deslocamentos maiores. Nos disseram que iriam passar álcool gel nas bolas, antes do treino e evitar o contato entre nós (atletas). Mas poderia passar o vírus pela bola pelo que nos disseram. Quando o governo anunciou o fechamento de ginásios e academias, ficamos impossibilitados de trabalhar porque passou a ser quarentena total — conta em entrevista ao programa Gaúcha 2020, da Rádio Gaúcha.
Em busca do retorno ao Brasil, nos próximos dias, Pedro deverá se encontrar com os pais e com a irmã Pietra, que no momento está no Egito, onde defende o Alexandria Sporting Club, e que aguarda a reabertura do aeroporto do Cairo para regressar para casa.
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