Após a disputa do Grand Slam de Düsseldorf, na Alemanha, no último final de semana, a Federação Internacional de Judô (IJF) atualizou o seu ranking olímpico, que irá determinar os classificados para os Jogos de Tóquio 2020.
De acordo com a lista divulgada pela entidade, o Brasil segue com chances de contar com uma equipe completa, com judocas em todas as 14 categorias, entre homens e mulheres, além da estreante disputa por equipes mistas.
Em Düsseldorf, a gaúcha Mayra Aguiar levou a medalha de prata no meio-pesado (78 kg) e está em quinto lugar, com 4.460 pontos. A diferença da judoca da Sogipa para a segunda brasileira no ranking, Samanta Soares, é de 3.319. A confirmação de sua participação nos Jogos, onde tem duas medalhas de bronze (Londres 2012 e Rio 2016), pela quarta vez, é uma mera formalidade.
Quem também se aproximou de uma nova presença olímpica foi Rafael Silva, dos pesados (+100 kg) , que ficou em terceiro lugar na Alemanha. Medalhista de bronze nos Jogos de Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016, Baby é o sexto colocado na lista, com 3.983 pontos. Seu rival, o mato-grossense David Moura tem 538 a menos.
Campeã olímpica dos 48 kg, Sarah Menezes não deverá voltar aos Jogos. Em nova categoria, os 52 kg, ela é apenas a terceira do país e está muito distante da paulista Larissa Pimenta, oitava com 3.510 contra 1.324 da piauiense. Entre elas ainda aparece Eleudis Valentim, em 29º lugar.
Campeã sob risco
Outra campeã olímpica em situação delicada é a carioca Rafaela Silva, que mesmo com a sexta posição nos 57 kg, depende de um recurso que será julgado pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Flagrada em um exame antidoping realizado em 9 de agosto de 2019, durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, com a substância fenoterol, utilizada no dia a dia para o tratamento de doenças respiratórias pelo seu efeito broncodilatador, a medalhista de ouro nos Jogos Rio 2016 cumpre pena de dois anos imposta pela IJF. A alternativa para a categoria é Ketelyn Nascimento, que no momento está em 40º e busca ao menos uma vaga através da cota continental.
Uma disputa bastante acirrada está no pesado feminino (+78 kg), onde Maria Suelen Altheman e Beatriz Souza disputam a vaga em Tóquio ponto a ponto. No momento, Suelen é a quinta colocada com 4.960 e Bia, a sexta, com 4.818 pontos.
Primeira brasileira a ganhar uma medalha olímpica no judô, em Pequim 2008, a brasiliense Ketleyn Quadros está na frente na busca pela vaga na categoria meio-médio (63 kg). Décima no ranking, ela tem 581 pontos de vantagem sobre a gaúcha Aléxia Castilhos, sua companheira de Sogipa.
Além das vagas de Mayra e do meio-médio feminino, a equipe gaúcha deverá garantir em Tóquio as presenças de Daniel Cargnin (66 kg), Rafael Macedo (90 kg) e Maria Portela (70 kg). O clube porto-alegrense ainda tem Leonardo Gonçalves (100 kg) e Nathália Brígida (48 kg) na disputa por um lugar no Japão.
O Brasil ainda terá mais três judocas, que representam outros países, na Olimpíada. A gaúcha Rochele Nunes (+78 kg) e a carioca Barbara Timo (70 kg) representarão Portugal, assim como o capixaba Nacif Elias, que disputará os Jogos pelo Líbano.
Segundo as regras de classificação da IJF,o anúncio dos 386 participantes dos Jogos de Tóquio acontecerá em 30 de maio. Em cada uma das sete categorias de peso, os 18 atletas mais bem ranqueados em 25 de maio de 2020, com um máximo de um atleta por Comitê Olímpico Nacional por categoria de peso, estão classificados. Além destes, um adicional de 100 atletas será diretamente qualificado com base no ranking mundial e de acordo com um ranking continental, com esta distribuição pré-determinada: África (12), Europa (13), Ásia (10), Oceania (5) e Américas (10), para os homens; e África (12), Europa (12), Ásia (10), Oceania (5) e Américas (11), para as mulheres.
Até o fechamento do ranking, o calendário prevê a realização de mais seis competições: em março, o Grand Prix de Rabat (Marrocos), o Grand Slam de Ecaterimburgo (Rússia) e o Grand Prix de Tbilisi (Georgia), Em abril, o Grand Prix de Antalya (Turquia) e em maio, o Grand Slam de Baku (Azerbaijão) e o Masters de Doha (Catar).
Estes torneios têm pesos e pontuações diferentes. Os Grand Slam distribuem até 1.000 pontos para os campeões, enquanto os Grand Prix oferecem 700 e o Masters dará 1.800 pontos.
Confira os melhores brasileiros no ranking olímpico:
Masculino
Ligeiro (60 kg)
11º Eric Takabatake (Pinheiros-SP) 2.894
29º Phelipe Pelim (Pinheiros-SP) 1.587
Meio-leve (66 kg)
10º Daniel Cargnin (Sogipa-RS) 3.682
32º Willian Lima (Pinheiros-SP) 1.481
Leve (73 kg)
35º Eduardo Barbosa (Clube Paineiras do Morumby-SP) 1.398
48º David Lima (Sogipa-RS) 893
Meio-Médio (81 kg)
22º Eduardo Yudy Santos ( Pinheiros-SP) 2.147
52º João Macedo (Sogipa-RS) 821
Médio (90 kg)
14º Rafael Macedo (Sogipa-RS) 2.891
112 Igor Morishigue (Pinheiros-SP) 182
Meio-pesado (100 kg)
12º Rafael Buzacarini (Clube Paineiras do Morumby-SP) 3.083
19º Leonardo Gonçalves (Sogipa-RS) 2.540
Pesado (+100 kg)
6º Rafael Silva (Pinheiros-SP) 3.983
9º David Moura (Instituto Reação-RJ) 3.445
Feminino
Ligeiro (48 kg)
26ª Gabriela Chibana (Pinheiros -SP) 1.712
36ª Nathália Brígida (Sogipa -RS) 1.153
Meio-leve (52 kg)
8ª Larissa Pimenta (Pinheiros-SP) 3.510
29ª Eleudis Valentim ( Instituto Reação-RJ) 1.533
Leve (57 kg)
6ª Rafaela Silva ( Instituto Reação-RJ) 4.319
40ª Ketelyn Nascimento (Pinheiros-SP) 1.045
Meio-médio (63 kg)
10ª Ketleyn Quadros (Sogipa-RS) 3.062
18ª Aléxia Castilhos (Sogipa-RS) 2.481
Médio (70 kg)
19ª Maria Portela (Sogipa-RS) 2.800
42ª Ellen Santana (Palmeiras-SP) 809
Meio-pesado (78 kg)
5ª Mayra Aguiar (Sogipa-RS) 4.460
30ª Samanta Soares (Pinheiros-SP) 1.141
Pesado (+78 kg)
5ª Maria Suelen Altheman (Pinheiros-SP) 4.960
6ª Beatriz Souza (Pinheiros-SP) 4.818