A judoca Mayra Aguiar poderá virar estátua. A ideia é do presidente da Sogipa, clube que abriga a bicampeã mundial, duas vezes medalhista de bronze olímpica (Londres-12 e Rio-16) e ganhadora do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima deste ano.
— Tudo começou com uma brincadeira, uma provocação para as pessoas que acompanham o dia a dia da Maya, da equipe de judô. E eu fiquei muito surpreso com a repercussão que isso tomou. Nós estamos falando de uma supercampeã que temos muito orgulho de tudo que ela é. Não é impossível de acontecer — afirma Carlos Wüppel, presidente do clube gaúcho.
O dirigente entende que toda a trajetória da judoca, que ingressou no clube aos 11 anos e passou a integrar a seleção brasileira principal aos 14, recomenda a homenagem.
— A Mayra ainda é uma atleta que está no melhor da sua forma física, técnica, emocional e que tem grandes chances de voltar do Japão com medalha. Vai ser uma Olimpíada muito dura, porque o Japão é o berço do judô, a disputa será muito intensa. Acho que a gente tem de começar a pensar em homenageá-la de alguma forma. Se será estátua ou outra forma de reconhecer a trajetória dela e o quanto ela elevou o nome e a imagem da Sogipa. Eu acho que é a hora de se pensar em algo diferente pra ela, que é, sem dúvida, nos 156 anos do clube, a atleta que mais se notabilizou. Não dá pra prometer nada nesse momento, mas também não dá pra descartar a possibilidade de acontecer alguma coisa — disse, em entrevista ao programa Gaúcha2020, da Rádio Gaúcha.
Informada sobre a ideia, Mayra Aguiar se mostrou surpresa.
— Meu Deus do céu! Não faça isso! Eu já imaginei uma coisa muito estranha (risos). Isso é um reconhecimento, claro. Mas não precisa de uma estátua. Vamos gravar as mãos ali já está bem bacana. A estátua vai espantar passarinhos (mais risos) — falou a judoca de 28 anos.
Antes da estátua, Mayra já faz parte de uma espécie de hall da fama que a Sogipa mantém em sua entrada. No local, o clube mantém mãos e pés em placas de cimento, de alguns de seus principais atletas. No último Mundial de Judô, no Japão, a gaúcha foi surpreendida pela francesa Madeleine Malonga, que a derrotou na semifinal e depois se sagrou campeã.
— O nível está muito forte. Não tem luta fácil. Você tem de estar preparado pra tudo, entrar com muita vontade, força. Eu achei o nível muito forte da competição. Muitos favoritos saíram antes, muitos jovens medalhando — afirmou Mayra sobre o nível da competição.
Mesmo sem conquistar o esperado tricampeonato mundial, ela ampliou sua coleção de medalhas ao terminar com o bronze e chegar a seis pódios na história do evento.
—Está sendo um ano muito bom, física e mentalmente. Estou aproveitando para ter uma visão da competição como nunca tive antes. O Mundial me deixou motivada para melhorar e saio dele sabendo detalhes que eu posso melhorar — garantiu.