Enquanto o tiro com arco aposta suas fichas no menino prodígio Marcus Vinicius D'Almeida, de apenas 17 anos, e a canoagem conta com o talento do jovem Isaquias Queiroz, 21, a vela masculina tem em dois senhores (ao menos para os padrões do esporte) suas principais referências para 2016: Robert Scheidt e Ricardo Winicki, o Bimba, carregam as esperanças de coroar trajetórias longas e vitoriosas no Rio.
Esqueça Pelé. Se considerarmos a frieza e objetividade dos números, o maior atleta da história do Brasil é Robert Scheidt. São 12 (DOZE!) títulos mundiais. Em cinco edições de Jogos Olímpicos, cinco medalhas _ sendo dois ouros em Atlanta-1996 e Atenas-2004. Em 2016, ele terá 43 anos e será, de novo, um dos principais nomes do país na Olimpíada.
O último ciclo foi particularmente difícil para Robert. A idade foi determinante para que, nas duas últimas Olimpíadas, disputasse na classe star, menos exigente no aspecto físico. Ao lado de Bruno Prada, foi prata em Pequim e bronze em Londres. Mas a star deixará de figurar no programa olímpico a partir dos Jogos no Brasil, e Robert não podia deixar passar a oportunidade de competir em casa.
Mesmo sabendo das consequências físicas de retornar à classe laser, que lhe deu os principais títulos no início da carreira, não hesitou. Suportou as dores, fez um calendário "econômico", escolhendo criteriosamente as competições que disputaria, e manteve-se competitivo.
O caso de Bimba é diferente. Campeão mundial em 2007 e recém sagrado tetracampeão pan-americano, o windsurfista perseguirá, na Baía de Guanabara, um sonho que o ilude desde o início da carreira. Apesar de sempre se manter entre os melhores do mundo em sua modalidade, Bimba ainda não tem uma medalha olímpica. Bateu na trave em 2004, quando ficou na quarta colocação. Hoje, aos 35 anos (terá 36 no Rio), é o líder do ranking mundial.
*ZHESPORTES