Nesta segunda-feira (13), o técnico Cuca foi apresentado como novo comandante do Atlético-MG para a temporada de 2025. Antes mesmo de abrir para as perguntas, o treinador falou sobre o Caso de Berna, na Suíça, que teve início em 1987, quando o Grêmio fazia excursão pela Europa. Cuca e outros três atletas foram detidos com a alegação de terem tido relações sexuais com a garota sem consentimento.
— Demorei muito tempo para falar daquele tema e hoje eu abro falando dele. Eu demorei a ver meus defeitos. Eu tentava falar do Cuca, e a sociedade queria saber da causa, do que eu como homem podia fazer. Tenho trabalhado incessantemente para ser uma pessoa melhor, entender o tema, não só pelo Cuca, pelas minhas filhas, minha mãe, mas pelo respeito que as mulheres merecem. Estou aliado a isso. Tenho participado de palestras, onde conseguimos reunir meninas e meninos e discutir o tema de peito aberto — disse o treinador.
Em janeiro de 2024, a Justiça da Suíça anulou o processo que condenou ele pelo estupro da jovem de uma menor de 18 anos. A anulação não entra no mérito da inocência ou não do acusado, mas levou em consideração o fato de ele ter sido julgado sem representação legal. O advogado indicado pelo Grêmio renunciou ao caso antes do julgamento. A defesa de Alexi Stival, o Cuca, sempre argumentou que há provas de que ele não estuprou a vítima, uma menina de 13 anos.
O julgamento realizado em 1989 havia condenado Cuca e outros dois jogadores do Grêmio a 15 meses de prisão e multa e um quarto envolvido a três meses de detenção e e multa. Ninguém cumpriu pena porque os jogadores não voltaram à Suíça e não há tratado de extradição com o Brasil.
Cuca assume o Atlético-MG pela quarta vez na sua carreira. No clube, foi campeão da Libertadores (2013), do Brasileirão e da Copa do Brasil (ambos 2021). O Galo estreia na temporada em amistoso contra o Cruzeiro, no próximo sábado, às 17h (de Brasília), pela FC Series, o Torneio da Flórida.