O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques e o paulista Júlio César Agripino voltaram a subir ao pódio do atletismo nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. Presentes entre os melhores na prova dos 5.000m T11, na última sexta-feira, os atletas inverteram posições nos 1.500m e, desta vez, Jacques sagrou-se campeão. O brasileiro repetiu o resultado de Tóquio, onde também venceu, e quebrou o próprio recorde mundial, finalizando a corrida em 3min55s82. Agripino fechou a prova com o bronze.
Jacques já havia liderado a semifinal da prova. Fez o seu melhor tempo na temporada até então, saindo na frente na sua bateria com 4min03s22. Agripino terminou sua bateria também na primeira colocação - mas a corrida de 4min10s10 o deixou em quarto no geral, atrás do etíope Yitayal Silesh Yigzaw, vice-campeão na final, e do japonês Kenya Karasawa, que ficou fora do pódio.
— O Brasil tem se tornado uma potência no meio fundo e no fundo. A gente vai ser inspiração para as próximas gerações — disse Yeltsin, em entrevista após a final. Ele comemorou a presença do compatriota no pódio e afirmou que acreditava que poderia ter feito uma prova ainda mais forte nos 1.500m.
Campeão dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em 2021, Yeltsin Jacques já era dono dos recordes mundial e paralímpico - ambos estabelecidos em Tóquio. Além dele, ninguém mais conseguiu superar os 3min57s60 feitos na última edição dos Jogos, provando a dominância do brasileiro na classe.
Agora com 34 anos, Jacques nasceu com baixa visão e, após passagem pelo judô, começou a correr para auxiliar um amigo totalmente cego. A partir disso, passou a competir, primeiramente na categoria T13 e, depois dos Jogos de Tóquio, na sua categoria atual, a T11 - destinada a atletas com cegueira que não apresentam percepção luminosa e aos que, apesar de perceberem fontes luminosas, não conseguem definir o formato de objetos próximos.
Na T11, o atleta coleciona conquistas: venceu a prova dos 5.000m no Mundial de 2024, em Kobe, e angariou um ouro nos 1.500m e um bronze nos 5.000m no Mundial de 2023. Ele é também o atual campeão pan-americano dos 5.000m.
Raíssa Machado repete Tóquio e é prata no lançamento de dardo
Já a baiana Raíssa Machado do lançamento de dardo da classe F56 (competem sentados) atingiu a marca de 23m51cm e ficou atrás somente dos 24m99cm de Diana Krumina, da Letônia. Essa é a segunda medalha de Raissa em Jogos. Em Tóquio 2020, ela também foi prata na mesma prova. No Mundial de Kobe 2024 ela foi a campeã.
Em outra prova, a mineira Izabela Campos terminou na quarta colocação na final do lançamento de disco F11 (deficiência visual). Ela teve como melhor lançamento 34m94cm. A vencedorafoi a chinesa Liangmin Zhang, com 39m08cm.