O Gre-Nal 442, com número de sistema tático, foi bastante travado no duelo entre Renato Portaluppi e Eduardo Coudet, na tarde deste sábado (22), no Couto Pereira. O jogo foi de poucas chances para os dois lados e teve uma vitória colorada, em dia no qual o técnico argentino mostrou seu lado pragmático. Conhecido pelo perfil ofensivo, Coudet adotou o pragmatismo para conquistar sua terceira vitória seguida em Gre-Nais.
Como foi o jogo
Quando as escalações foram conhecidas, a impressão passada foi de que se trataria de um clássico bastante ofensivo. Renato Portaluppi manteve sua ideia de 4-2-3-1 tendo os extremas Pavon e Gustavo Nunes, sem a escalação de um volante pelo lado, como havia feito nos últimos Gre-Nais. A principal novidade foi a presença de Galdino como centroavante no lugar de JP Galvão. No lado colorado, Eduardo Coudet manteve a formação da vitória sobre o Corinthians com Wesley e Wanderson juntos mesmo com a volta de Alan Patrick.
Taticamente, o Inter teve um pequena adaptação no meio-campo com Bruno Henrique mais próximo de Thiago Maia. O sistema tático foi mais um 4-4-2 que o 4-1-3-2 habitual. Sem a bola, Wanderson e Wesley retornavam pelos lados enquanto Alan Patrick ficava adiantado junto a Alario. No Grêmio, Renato Portaluppi usou Carballo como o responsável por recuar e auxiliar os zagueiros na saída de bola enquanto Dodi tinha maior liberdade pelo lado direito.
Apesar das escalações, o Gre-Nal teve um primeiro tempo sem nenhuma finalização no gol. O equilíbrio foi a marca do clássico e bem refletido nos números. A posse de bola esteve quase dividida, 51% para o Grêmio e 49% para o Inter. Nas finalizações, também equilíbrio. Foram sete gremistas e seis coloradas. Nenhuma delas no alvo. Ou seja, Marchesín e Fabrício foram para o intervalo sem nenhuma defesa realizada.
Segundo tempo
Os dois treinadores voltaram sem trocas para o segundo tempo, mas o Grêmio conseguiu logo aos 5 minutos ter a primeira grande chance do clássico. Após passe de Dodi, Cristaldo deu um toque que deixou João Pedro livre. O lateral invadiu a área, mas acabou em defesa de Fabricio, a primeira de um goleiro no Gre-Nal.
O primeiro treinador a mexer foi Eduardo Coudet, que aos 12 mandou Lucca e Aránguiz a campo nos lugares de Bruno Henrique e Alario. Trocas de nomes sem mexer na estrutura tática. Pois Lucca ficou apenas seis minutos em campo. Ele sentiu lesão em lance que disputou com Geromel e a bola foi para escanteio cedendo lugar ao garoto Gustavo Prado.
Pois nesse escanteio apareceu a qualidade de Alan Patrick, que estava preso pela marcação gremista. Após pegar o rebote, o camisa 10 driblou Carballo e cruzou para o meio da área. Depois de um bate e rebate, Vitão cabeceou a bola, que desviou em Gustavo Martins: 1 a 0.
Após o gol do Inter, Renato Portaluppi fez as primeiras mexidas no Grêmio com Edenilson no lugar de Carballo e Nathan Fernandes por Pavon. O sistema 4-2-3-1 foi mantido.
Quem mexeu na estrutura tática foi Coudet. Faltando 12 minutos para o fim do tempo regulamentar, o técnico colorado sacou Alan Patrick e Wanderson e mandou Igor Gomes e Mercado a campo. Mercado se posicionou entre Vitão e Fernando formando um trio de zagueiros. Igor Gomes ocupou a ala direita com Renê fechando a esquerda em uma linha de cinco. Bustos passou a atuar adiantado em uma segunda linha de quatro, que tinha ainda Aránguiz, Thiago Maia e Gustavo Prado. Wesley ficou como referência no ataque.
A opção de Coudet deu altura para o Inter sustentar o que parecia ser a única arma do Grêmio na reta final do Gre-Nal: os cruzamentos. JP Galvão foi acionado para o lugar de Galdino e Renato fez uma troca que chamou atenção a cinco minutos do final com Rodrigo Ely no lugar de Dodi. O zagueiro de 1,88cm entrou para ser mais um homem de ataque. Ely se juntou a JP Galvão como uma dupla de centroavantes para tentar levar vantagem nos cruzamentos.
A opção não funcionou e a única finalização perigosa após o 1 a 0 foi um chute de Gustavo Nunes em jogada pelo chão. O Inter ainda teve duas bolas na trave em um mesmo lance, com Wesley e Aránguiz, em contra-ataque.
A vitória no Gre-Nal 442 foi mesmo do Inter. Eduardo Coudet, conhecido por ser um treinador ofensivo, mostrou seu lado pragmático e empilhou defensores para proteger sua área e segurar o 1 a 0. Agora são três vitórias seguidas de Chacho em Gre-Nais, justamente o clássico que havia sido o calcanhar de Aquiles de sua primeira passagem pelo Beira-Rio.
Números do Gre-Nal 442
- Posse de bola: Grêmio 58% x 42% Inter
- Passes certos: Grêmio 495 x 360 Inter
- Finalizações: Grêmio 10 x 16 Inter
- Finalizações no gol: Grêmio 2 x 2 Inter
- Cruzamentos: Grêmio 24 x 16 Inter
- Fonte: Sofascore