O mais antigo dos torneios de seleções terá o pontapé inicial para a sua 48ª edição nesta quinta-feira (20). A partir das 21h (de Brasília), a campeã do mundo Argentina enfrentará o Canadá, no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, na abertura da Copa América de 2024.
O jogo servirá para o craque Lionel Messi atingir uma marca histórica. Quando o árbitro venezuelano Jesús Valenzuela der o apito inicial, ele se tornará de forma isolada o atleta com mais jogos na história da competição. Messi fará diante do Canadá sua 35ª partida no torneio, deixando para trás o chileno Sergio Livingstone. O camisa 10 argentino jogará nos Estados Unidos a sua sétima edição de Copa América, também um recorde.
Outra marca que o atual melhor do mundo (venceu a última eleição da Fifa) poderá atingir ao longo da competição é o de maior artilheiro do torneio. Até o momento, Messi marcou 13 gols e está apenas quatro atrás dos recordistas, o também argentino Norberto Mendez e o brasileiro Zizinho. Ele tem dois concorrentes que disputarão o torneio e marcaram mais que ele, o chileno Eduardo Vargas e o peruano Paolo Guerrero, ambos com 14 gols.
A Copa América dos Estados Unidos poderá ser também a última competição oficial de Messi por sua seleção. O craque anunciou que recusou o convite feito pelo técnico da seleção sub-23 Javier Mascherano para atuar nos Jogos Olímpicos de Paris. O camisa 10 explicou que pela idade — irá completar 37 anos na próxima segunda-feira (24) – precisa tomar decisões pensando no lado físico.
— Conversei com Mascherano e a verdade é que ambos entendemos a situação. É difícil porque estamos na Copa América. Seriam dois, três meses seguidos sem estar no clube e, mais do que tudo, não tenho idade para estar em todas. Preciso escolher com cuidado e seria demais jogar dois torneios seguidos — disse Messi, que ganhou a medalha de ouro olímpica em 2008, em entrevista à ESPN da Argentina.
Também pela idade, Messi admite ser difícil que possa jogar a Copa do Mundo de 2026 ainda que o técnico Lionel Scaloni repetidamente diga em entrevistas que só depende da vontade do camisa 10 sua presença no próximo Mundial.
— Creio que tenha que guardar um lugar para ele no Mundial. Ele ganhou o direito de decidir o que fazer com sua carreira futebolística e com a seleção — disse Scaloni logo após a conquista da Copa do Catar.
Copa América, o ponto final para um vitorioso
Se Messi ainda deixa uma esperança aos argentinos sobre seu futuro, Di María jogará suas últimas partidas pela seleção. O artilheiro dos gols decisivos já anunciou que se despedirá da seleção após a Copa América.
Independentemente do que acontecer nos Estados Unidos, Di María tem seu nome marcado na história albiceleste como o artilheiro das decisões. O camisa 11 anotou gols nas finais que deram os títulos da Olimpíada de 2008, da Copa América de 2021, da Finalíssima de 2022 e da Copa do Mundo de 2022.
Esse gol de Di María no Maracanã que deu à Argentina a Copa América de 2021 é cercado de simbolismos para os argentinos. Aquele conquista pôs fim a uma seca de 28 anos de títulos da seleção principal e também marcou a primeira conquista de Lionel Messi. A taça levantada no Brasil é tida pelos argentinos como o pontapé inicial para a busca do tri mundial no Catar.
Não por acaso a música que virou hit dos “hinchas” argentinos nos estádios cataris falava sobre o fim do sofrimento com a conquista no Maracanã. A nova canção que já é cantada por torcedores e jogadores lembra a Copa do Mundo de 1994 e o doping que tirou Diego Maradona daquele Mundial. Levantar a taça nos Estados Unidos virou uma espécie de revanche 30 anos depois. Ao Brasil caberá tentar repetir 1994 e conquistar outro título de uma copa que tem um camisa 10 argentino em tom de despedida.
Copa América
Grupo A – 1ª rodada, 20/6/2024
Argentina: Emiliano Martínez; Molina, Romero, Otamendi (Lisandro Martínez), Tagliafico; Paredes, De Paul, Mac Allister (Enzo Fernández); Messi, Álvarez e Di María (Nico González). Técnico: Lionel Scaloni
Canadá: Maxime Crépeau; Alistair Johnston, Moise Bombito, Derek Cornelius, Alphonso Davies; Tajon Buchanan, Stephen Eustáquio, Ismael Koné, Liam Millar; Jonathan David e Cyle Larin. Técnico: Jesse Marsh.
Arbitragem: Jesús Valenzuela, auxiliado por Jorge Urrego e Lubin Torrealba (trio venezuelano). VAR: Leodán González (URU).
Horário: 21h
Local: Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta
Transmissão: O SporTV anuncia a transmissão ao vivo.