O Brasil começou muito bem sua participação no Campeonato Pan-Americano e Oceania de Judô, que está sendo disputado na Arena Carioca 1, no Rio de Janeiro. Das sete finais do dia, os brasileiros conquistaram quatro ouros, duas pratas e dois bronzes. Canadá, Chile e Austrália ficaram com as outras medalhas douradas desta sexta-feira (26). A competição vale 700 pontos no ranking de classificação para Paris 2024 aos campeões.
A medalha mais comemorada foi o ouro de Rafaela Silva na categoria leve (até 57kg). A campeã olímpica no Rio em 2016 e bicampeã mundial enfrentou a canadense Christa Deguchi, também dona de dois títulos mundiais e atual líder do ranking. Em um combate equilibrado e com muita reclamação da delegação brasileira em relação à arbitragem, a carioca que aparece em nono na corrida olímpica venceu no golden score, que durou mais de cinco minutos, após a rival receber seu terceiro shidô e ser desclassificada.
Na campanha até o título, Rafaela derrotou a peruana Marian Flores e a norte-americana Mariah Olguin. Na disputa do bronze, Olguin venceu a peruana Kiara Arango e a dominicana Ana Rosa superou a panamenha Kristine Jiménez.
Em busca da vaga olímpica, Michel Augusto faturou os 700 pontos no peso ligeiro (até 60kg). Ele venceu o guatemalteco José Ramos, o panamenho Bernabé Vergara e o mexicano Arath Juárez até chegar à decisão do título contra o norte-americano David Terao, que foi derrotado nas punições. O pódio ainda teve o cubano Jonathan Cheron, que venceu o colombiano Johan Rojas e o mexicano Juárez, que passou pelo australiano Joshua Katz.
Com vaga garantida em Paris, o o meio-leve (até 66kg) Willian Lima fez uma ótima campanha, vencendo o mexicano Robin Jara, o venezuelano Willis García e o cubano Orlando Polanco. Na disputa do ouro, o brasileiro derrubou o peruano Juan Postigos, por ippon. O equatoriano Lenin Preciado, que bateu o norte-americano Ari Berline, e o colombiano Juan Hernández, que superou o cubano Polanco, dividiram as medalhas de bronze.
No meio-leve feminino (até 52kg), Larissa Pimenta confirmou sua condição de top-10 do ranking mundial e venceu a experiente norte-americana Angelica Delgado, no golden score, para garantir a medalha dourada. Antes, ela havia derrotado a porto-riquenha Francine Echevarría e a australiana Tinka Easton, que perderia uma das disputas de bronze para a cubana Aleanny Carbonell. A canadense Kelly Deguchi venceu a mexicana Paulina Martínez e também garantiu um bronze.
Bronze nos Jogos de Tóquio nos 66kg, o gaúcho Daniel Cargnin ficou com o vice-campeonato nos 73kg (leve). O judoca da Sogipa, que se recuperou de uma fratura sofrida na semifinal dos Jogos Pan-Americanos de Santiago em 2023, venceu o colombiano Ferney Ruiz, o argentino Facundo de Lucia e o mexicano Ulises Méndez para se classificar para a final contra o canadense Arthur Margelidon, 11º do ranking.
A decisão foi catimbada e chegou ao golden score, com Daniel tendo um ippon retirado, que lhe daria o título. Logo depois, através do vídeo, a arbitragem considerou ippon um golpe do canadense que derrubou o brasileiro, que após a queda alegou que o movimento não teria sido completado. Nove do mundo, Cargnin ficou com a prata. O mexicano Méndez venceu o compatriota Gilberto Cardoso e garantiu uma vaga no pódio ao lado do dominicano Antonio Tornal, que venceu o norte-americano Jack Yonezuka e também garantiu uma medalha de bronze.
Quem também ficou com a prata foi Nauana Silva, que está em 48º no ranking da categoria meio-médio (até 63kg). Após derrotar a argentina Agustina de Lucia e as experientes Prisca Awiti Alcaraz e Ketleyn Quadros, primeira brasileira conquistar uma medalha em Pequim-2008, ela acabou derrotada pela australiana Katharina Haecker na decisão.
Ketleyn, que é atleta da Sogipa, conseguiu um bronze com vitória sobre a venezuelana Anriquelis Barrios. Antes, a judoca de 36 anos vencera a australiana Maeve Coughlan e a norte-americana Hannah Martin, até enfrentar Nauana Silva na semifinal. A cubana Maylin del Toro dividiu o pódio com a brasileira ao superar a mexicana Alcaraz.
A única categoria que não teve o Brasil na disputa da medalha de ouro foi o ligeiro feminino (até 48kg). na final, a chilena Mary Dee Vargas Ley venceu a colombiana Erika Lasso. A norte-americana Maria Celia Laborde, que bateu a argentina Leisy Perafán, e a brasileira Amanda Lima, que venceu a compatriota Natasha Ferreira também subiu no pódio.