Candidatas ao pódio nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, as ginastas brasileiras estão comemorando o fato de poder treinar em aparelhos da mesma marca que será utilizada na França. O Centro de Treinamento da Ginástica Artística do Comitê Olímpico do Brasil (COB), no Rio de Janeiro, recebeu nas últimas semanas equipamentos da fabricante francesa Gymnova.
— É como nosso corpo, quanto mais você conhece e confia nele, mais diferença ele faz ao seu favor. Pedimos muito por isso e, como já fizemos em outros Jogos, o COB conseguiu adquirir e disponibilizou isso pra gente. Estamos muito felizes — afirmou Rebeca Andrade, campeã olímpica no salto.
A pouco mais de quatro meses para os Jogos, o tempo de adaptação não deve ser problema para as atletas.
— São aparelhos diferentes e, por isso, precisamos nos adaptar ao tempo deles. É uma ambientação mesmo e estamos bem felizes com a chegada deles e do tempo que teremos para aproveitá-los até Paris— disse Jade Barbosa. Os Jogos na França acontecem de 26 de julho a 11 de agosto.
— Tem uma diferença muito grande de um aparelho para outro. Então, é muito importante tê-los na nossa casa para nos prepararmos melhor— comentou Flávia Saraiva, sétima colocada na trave na Olimpíada de Tóquio 2020.
Francisco Porath, treinador da seleção feminina de ginástica artística, citou o principal aparelho de Flávia Saraiva para falar sobre os benefícios dos novos equipamentos.
— Conseguimos antecipar a própria montagem das séries. A trave é mais dura. Não podemos exigir tanto das nossas atletas nos movimentos com muito impacto e temos que mudar a nossa estratégia. Vamos nos adaptando e criando consistência com os treinamentos até os Jogos— afirmou o técnico.
Gestora esportiva Juliana Fajardo acredita que a adaptação aos aparelhos será um dos fatores fundamentais.
— Os atletas precisam se adaptar a cada aparelho. É um equipamento mais claro e eles tinham a cor azul de referência. Por isso, a adaptação é mais difícil. Os atletas estão acostumados num salto mortal, por exemplo, a ver o teto claro e ver o azul na chegada. Agora, pode ser que vejam um teto claro e o chão mais claro que o teto. É uma mudança significativa.
Segundo o COB, o Brasil é o primeiro país a ter todos os equipamentos da marca em seu centro de treinamento. A Alemanha treinou no Rio em fevereiro, e a Holanda já pediu para utilizar o CT, que também é o local de treinamento da seleção brasileira masculina.