Um juiz de Pamplona, no norte da Espanha, arquivou denúncia que apurava insultos racistas contra o atacante brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, por não ter conseguido determinar "a identidade dos autores". Isso aconteceu durante uma partida do Campeonato Espanhol contra o Osasuna na temporada passada.
O magistrado do tribunal número 4 de Pamplona admitiu que "os fatos podem constituir crime", segundo o despacho do juiz, citado nesta terça-feira (16) em um comunicado do Tribunal Superior de Justiça de Navarra.
"Mas não existem dados suficientes para conhecer a identidade dos autores", pelo que "cabe acordar sobre o não conhecimento provisório (...) e o arquivamento destes processos", acrescenta o despacho, do qual cabe recurso.
Os insultos racistas contra o jogador brasileiro foram denunciados à Justiça pela LaLiga após uma partida contra o Osasuna, em 18 de fevereiro de 2023, pela 22ª rodada do Campeonato Espanhol na temporada passada, na qual a equipe merengue venceu por 2 a 0.
Vinícius Júnior foi alvo de injúria racial em vários jogos da última temporada, gerando reação das autoridades. Em Madri, o Ministério Público pediu quatro anos de prisão para quatro acusados de pendurar um boneco usando uma camisa de Vini Jr. em uma ponte da capital, antes de uma partida da Copa do Rei, há um ano.
Em outubro, o jogador testemunhou perante um juiz de Valência no âmbito da investigação realizada pelos insultos que recebeu em um jogo do Campeonato Espanhol contra o Valencia no dia 21 de maio do ano passado. O atacante brasileiro se tornou o rosto da luta contra o racismo no futebol.
Em novembro, durante a cerimônia da Bola de Ouro, o jogador do Real Madrid afirmou que "é triste falar de racismo hoje, mas é preciso continuar lutando para que as pessoas sofram cada vez menos".
Na ocasião, Vini recebeu o Prêmio Sócrates, por seu trabalho social com projetos educativos no Brasil e que simbolizou sua luta contra a discriminação.