Entre tantas influências argentinas e uruguaias que temos, uma delas é o padel, aquele esporte que parece tênis e, na verdade, é uma mistura desse com o squash. Não é de graça que, no Brasil, o esporte é mais praticado na Região Sul. Na Argentina, só perde em praticantes para o futebol. O mesmo acontece aqui na Espanha. E é aqui que entra a ponte entre a o país da Europa e Porto Alegre. Isso porque, em setembro, o gaúcho Pablo Lima se despediu das quadras. Pablito, como é chamado, fez carreira aqui na Espanha.
Ele foi o melhor do mundo entre 2015 e 2018 e encerrou sua trajetória com 50 títulos do World Padel Tour, como é chamado o circuito da modalidade. Tantas vitórias rederam o apelido de "Cañón de Porto Alegre" a Pablo. Ou Pablito, como também era chamado por aqui.
Em 11 de janeiro, ele participará em Porto Alegre do Desafio das Estrelas do Padel Mundial. O evento está marcado para o complexo de padel da Sociedade Libanesa, no bairro Boa Vista, às 18h.
O Cañón de Porto Alegre
Pablito é daqueles fenômenos do nosso esporte que acabam cumprindo trajetória brilhante mas sem tanto reconhecimento do grande público. A história dele, por si só, já renderia um bom livro. Ou até mesmo um documentário. Ele chegou à Espanha com 18 anos e apenas 5 euros no bolso. Saiu daqui consagrado e como uma celebridade esportiva. Tanto que grandes estrelas do futebol o chamavam para jogar como dupla em amistosos.
Tanto do Barça, como o lendário Cruyff e o ex-zagueiro e capitão culé Carles Puyol, quanto do Real, como o português Luís Figo. Pablito tinha status de astro aqui, com direito a outdoor nas ruas de Madri e linha de tênis personalizada lançada pela Asics. Os ganhos eram do padrão de jogador de futebol. Nada mal para quem chegou ao país com o suficiente para um "bocadillo" (o nosso farroupilha) e um café.