O ex-jogador de futebol Marcelinho Carioca, 51 anos, ainda se recupera do trauma vivido por ele e uma amiga em razão de um sequestro sofrido na região metropolitana de São Paulo. Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, no último domingo (24), ele detalhou os momentos de pânico do qual foi vítima durante as 36 horas em que ficou preso em um cativeiro sob o domínio dos criminosos.
No sábado (16), Marcelinho Carioca foi ao show do cantor Thiaguinho, na Arena do Corinthians, no bairro de Itaquera, em São Paulo. Ao voltar para casa, já na madrugada de domingo (17), ele passou por Itaquaquecetuba para deixar ingressos (do show de Thiaguinho que seria realizado no domingo) para a amiga Taís Ancântara, 36 anos.
Foi neste deslocamento que ele foi abordado pelos sequestradores:
— Passaram quatro pessoas, cinco pessoas. Quando voltei para ver, fui encapuzado, e o cara já veio apontando (a arma). E eu, desesperado, disse: "Não, por favor, eu sou o Marcelinho Carioca" — contou.
Marcelinho Carioca relatou que os bandidos apresentavam nervosismo:
— Me deram uma coronhada. A todo momento aquele apavoro. "A gente quer dinheiro. Impossível não ter dinheiro nessa conta. Jogador tem grana. Já brincou de roleta-russa?". E girava. Você ouvia girando, não via nada. Aí colocaram uma arma por baixo da toalha. Ninguém se falava. Não trocava ideia, com medo — ressaltou.
O ex-atleta, ídolo do Corinthians, também relembrou o momento de resgate, ocorrido na tarde de segunda-feira (18), em uma casa localizada em Itaquaquecetuba.
— A gente começou a escutar o helicóptero (da polícia). Aí alguém já chegou e falou: "A casa caiu". Veio um policial sozinho. Ele chegou no portão e falou: "Eu vou entrar. Abre". Eu não sabia o que estava vindo. O que ia vir. Eu falei: vão atirar na gente, vão matar a gente. Eu abaixei a cabeça: Senhor, não deixa, não deixa — lembrou Marcelinho, que na sequência contou a conversa que teve com o policial que invadiu o cativeiro:
— Ele (o cabo Ribeiro, da PM) falou: "Vem. Vem que você está livre". Eu abracei ele como meu pai, meu irmão, meu amigo. Porque ele arriscou a vida dele — destacou.