O técnico Gustavo de Conti, da seleção brasileira masculina de basquete, mostrou confiança nesta terça-feira (28) sobre as chances do Brasil no Pré-Olímpico a ser disputado em julho do ano que vem, às vésperas dos Jogos de Paris-2024. Na sua avaliação, o time nacional tem chances de faturar o título do torneio que dá vaga somente ao campeão.
— O Brasil é tão competitivo que ele não tem chance de ganhar só um jogo da Letônia, se fosse um playoff, poderíamos vencer mais. Não seria nenhuma zebra o Brasil vencer o Pré-Olímpico— comentou De Conti, em referência ao grande favorito ao título. A Letônia, que tem tradição na modalidade, jogará em casa, na cidade de Riga, sede do Pré-Olímpico.
A seleção conheceu seus adversários em sorteio realizado na segunda-feira (27), pela Federação Internacional de Basketball (FIBA).
— Não tem muito o que escolher nesse sorteio. Todos sabem a dificuldade que temos de jogar contra seleções europeias. Todos têm essa dificuldade, na verdade, como Estados Unidos e Canadá. Não vejo o Brasil como favorito, é a Letônia, que fez uma grande Copa do Mundo. Mas vejo a gente competitivo e com chances. Não é um bicho papão. Estamos próximos. Algumas seleções um pouco abaixo, outra mais acima. É um Pré-Olímpico 'ganhável'— declarou.
Além da Letônia, o Brasil terá pela frente Filipinas, Geórgia, Camarões e Montenegro.
— Vamos convocar sempre os melhores, quem pudermos convocar. Estejam eles onde estiverem. Claro, temos uma base. Já estou há dois anos na seleção, já criamos uma identidade, um caráter para o time. Conta muito a análise dos adversários. Vamos montar a melhor seleção possível— afirmou o treinador que também dirige o Flamengo.
De Conti garantiu que conta com o ala-pivô Bruno Caboclo na seleção.
— O Bruno Caboclo não é um jogador que dependemos completamente, mas ele é um encaixe para qualquer time. Muito versátil. Defende qualquer posição, ataca em qualquer posição. Só de armador que não. É um jogador sensacional, comprometido com a seleção. Desde que entrei, extremamente comprometido, um líder positivo. Jogador que, se estiver à disposição, mudamos de patamar. Temos outros tão importantes como ele, como Yago, Raul, Benite, Huertas, Felício, que não fez uma grande Copa do Mundo, pois estava voltando de lesão.
A disputa do Pré-Olímpico é a segunda e última chance do Brasil na tentativa de se classificar para a Olimpíada, competição que não disputa no basquete masculino desde os Jogos do Rio-2016, por ser a sede do evento. Na primeira oportunidade, na Copa do Mundo, o Brasil perdeu justamente para a Letônia, no início de setembro, e foi eliminado do torneio, sem a vaga olímpica.
De Conti ainda lamentou a chance perdida durante o último Mundial, quando o Brasil foi derrotado pelos letões por 104 a 84.
— Foi uma mistura de sentimentos. A imprensa brasileira, era uníssono que o Brasil garantiria a vaga olímpica e precisava ganhar do Canadá. Ganhando do Canadá, ficaríamos na frente. E conseguimos. Não que tenhamos ido para a Copa do Mundo para isso. Fomos para classificar e tentar ficar entre os oito. Não controlávamos os outros adversários. E na decisão contra a Letônia, no terceiro período, o jogo escapou e não conseguimos buscar mais. Caboclo com muitas faltas. Nosso desempenho caiu muito quando precisei substituí-lo. Ainda havia a possibilidade da Espanha. Eles estavam oito pontos na frente. Infelicidade, mas não podemos lamentar muito, não estávamos envolvidos —resumiu o treinador brasileiro.
Além da chave como o Brasil, outros três Pré-Olímpicos distribuirão três vagas para a Olimpíada. Também com um posto para cada campeão. Eles acontecem na Grécia, Espanha e Porto Rico no mesmo período.