A estreia brasileira nas competições de bocha nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago foi altamente positiva. Neste domingo (19), os atletas do Brasil disputaram 11 confrontos e venceram dez, nas diversas categorias para homens e mulheres.
O primeiro triunfo veio com Josiane Batista, que derrotou a peruana Jenny Quispe por 2 a 0, na classe BC4, destinada para atletas com deficiências severas (distrofia muscular progressiva, esclerose múltipla, lesão medular com tetraplegia), mas que não recebem assistência.
Já pela classe BC3, para atletas com maior grau de comprometimento motor e, que neste caso, necessitam ser assistidos por uma pessoa, que tem a função de direcionar a calha seguindo exatamente as indicações do jogador, Evelyn de Oliveira superou a peruana Maria Cecilia Pancca por 8 a 1, enquanto Evani Calado fez 12 a 0 na guatemalteca Eimy Losley.
Ainda na chave feminina, Andreza Vitória, da classe BC1, destinada apenas para atletas com paralisia cerebral (PC), que podem jogar com as mãos ou com os pés e podem ter um auxiliar para entregar a bola, venceu a equatoriana Dayana Quiroz por 13 a 1.
No masculino, Maciel de Sousa Santos venceu o salvadorenho Mario Sayes por 16 a 0, em jogo válido pela classe BC2, onde o atleta apresenta quadro de paralisia cerebral e nenhum auxiliar é permitido e um suporte ou cesto para bola pode ser adaptado. Na mesma categoria, Iuri da Silva fez 4 a 3 no chileno Javier Bastias.
José Carlos de Oliveira venceu seus dois confrontos da classe BC1. No primeiro, ele marcou 9 a 0 no venezuelano José Gregorio Pagua e, no segundo, fez 8 a 1 no chileno German Cakderón. O mesmo desempenho obteve Mateus Carvalho da classe BC3. Ele estreou ganhando do canadense Ryan Rondeau por 9 a 0 e, depois, superou o argentino Rodrigo Romero no desempate, após 4 a 4 no período regulamentar.
A única derrota brasileira do dia foi de André Costa, da classe BC4, que acabou batido pelo canadense Marco Dispaltro por 3 a 2.
Na bocha paralímpica as partidas são disputadas com 13 bolas, sendo seis azuis, seis vermelhas e uma branca – todas são confeccionadas com fibra sintética e pesam cerca de 280 gramas. O objetivo é aproximar o maior número de bolas coloridas da branca, que, é conhecida como Jack. Os atletas ficam sentados em cadeiras de rodas e limitados a um espaço demarcado para fazer os arremessos. É permitido usar as mãos, os pés e instrumentos de auxílio (calhas), e contar com ajudantes (calheiros), no caso dos atletas com maior comprometimento dos membros.