Nada melhor do que encerrar um dia de Jogos Pan-Americanos com uma medalha de ouro em um clássico. E foi assim que a seleção brasileira masculina de vôlei fechou sua campanha em Santiago neste sábado (4). Na Arena do Parque O’Higgins, o time comandado por Giuliano Ribas venceu a Argentina por 3 a 0, parciais de 25/23, 25/13 e 25/22, e de quebra evitou o tricampeonato dos hermanos.
O quinto título brasileiro na história do Pan mostrou a força de uma seleção pressionada por ter perdido a hegemonia sul-americana, justamente para os argentinos, em setembro. Além disso, a saída do técnico Renan Dal Zotto, após a conquista da vaga olímpica, deu início a uma crise, que pode ter perdido força com a conquista no Chile.
O jogo
A final começou tensa, como já se imaginava. Mais experiente e com alguns de seus principais nomes, como os experientes Demián González, Facundo Conte e Bruno Lima, a Argentina foi tomando conta da quadra. Logo no começo, os argentinos tomaram a dianteira com 3 a 0. O time brasileiro buscou reagir pela força do ataque de Darlan, mas apesar de virar algumas bolas, ele também foi parado pelo bloqueio.
Mais eficaz e errando bem menos, com um passe na mão de González, a Argentina chegou a abrir cinco pontos (16 a 11), mas uma mudança acabou ajudando a seleção brasileira a buscar o empate. Darlan deu lugar a Felipe Roque e o oposto canhoto não só rodou no ataque como contribuiu no bloqueio. A outra mudança de Juba foi o ingresso do levantador Thiaguinho no lugar de Matheus Brasília. Num ace de Otávio, o Brasil virou o marcador na reta final (21 a 20).
O Brasil chegou a 24 a 21, mas desperdiçou dois set points em contra-ataques com Adriano, que parou na defesa argentina. Com 24 a 23 no marcador, Juba pediu tempo e Thiaguinho acionou Judson, pelo meio. O central marcou seu quinto ponto na parcial e o 25 a 23, em 28 minutos, colocou a seleção em vantagem.
Segundo set é de Darlan
O começo do segundo set teve um nome: Darlan. Com dois saques impressionantes, ele fez dois strikes na defesa argentina e, de quebra, ainda marcou mais um ponto do fundo da quadra para deixar o placar em 4 a 0. O treinador argentino parou o jogo, mas não o braço de oposto brasileiro que disparou outro míssil, desestabilizou o passe e a bola sequer passou da rede.
A vantagem de cinco pontos ao invés de dar tranquilidade fez o time brasileiro relaxar e a Argentina encostou em 7 a 4, após um golpe de vista errado de Honorato. Mas logo depois de um pedido de tempo, o Brasil se reencontrou e o segundo set virou passeio.
Ponto após ponto, a vantagem foi crescendo e o marcador chegou a 21 a 11 para a seleção, que logo depois fechou em 25 a 13 em contra-ataque de Adriano, após uma bola recuperada por Honorato atrás da cadeira do árbitro mexicano Luis Macías.
Terceiro set de confirmação da superioridade brasileira
Embalado, o time brasileiro não deixou o nível cair no terceiro set e rapidamente chegou a 10 a 6. Apesar do esforço dos argentinos e até de umas pequenas provocações junto à rede, o Brasil se manteve à frente, e mesmo quando a Argentina encostou em 14 a 13, o time manteve a cabeça no ligar para encaminhar a medalha de ouro.
Quando o placar apontou 23 a 19, a torcida brasileira começou a fazer a festa antecipada. Mas os argentinos ainda tentaram reagir e encostaram em 23 a 21. Veio o match point e, após o saque de Adriano para fora, a Argentina ainda respirou. Daniel Soria errou o seu saque e a festa brasileira tomou conta de Santiago.