A fria manhã deste domingo (29) em Santiago, com chuva e uma noite anterior em que voltou a nevar na Cordilheira dos Andes, foi um dos desafios impostos às 20 nadadoras que caíram na água da Laguna Los Morros para a disputa da prova de 10km da maratona aquática dos Jogos Pan-Americanos.
Em função do tempo, as atletas foram obrigadas a nadar com trajes de borracha, o que para algumas pode ser um pouco desconfortável, como disse a gaúcha Viviane Jungblut, que sempre nadou entre as cinco primeiras e terminou com medalha de bronze.
— Particularmente é um pouco difícil de nadar com esse traje de borracha. Ele até ajuda na flutuabilidade, mas acaba pesando no movimento do ombro e, a partir da terceira volta, a americana se colocou na frente e o ritmo começou a apertar. No final deu um pesada, mas que bom que ainda deu uma medalha — comentou a atleta do Grêmio Náutico União, que em Santiago chegou ao seu terceiro pódio. Na carreira, ela soma cinco bronzes em Pans. Além dos três no Chile, ela ganhou outros dois em Lima em 2019, um deles na maratona aquática.
Atual campeã olímpica e vencedora da prova no último Pan, a baiana Ana Marcela Cunha desta vez ficou com a medalha de prata. Após aparecer em sexto, na segunda das oito voltas, a nadadora de 31 anos deu um sprint na parte final, mas a reação foi insuficiente para se aproximar da norte-americana Ashley Twichell, que terminou 13 segundos à frente.
— Não tinha certeza como eu conseguiria competir aqui nestas condições. Passei pela cirurgia tem 11 meses e foi justamente usando o traje que lesionei totalmente o ombro. Sempre há um receio de colocar novamente. Para mim, esta foi uma prova de superação — declarou Ana.
Confira o resultado final da prova:
Ouro: Ashley Twichell (EUA) 1h57min16s4
Prata: Ana Marcela Cunha (BRA) 1h57min29s4
Bronze: Viviane Jungblut (BRA) 1h57min51s1