Aos 46 anos, Odair Hellmann vive um momento totalmente diferente daquele experimentado em 2009. Na época, com 32 anos, decidiu abandonar a carreira como jogador, poucos meses depois estar presente no acidente com o ônibus do Brasil-Pel, que terminou com a morte de três pessoas. Sem nenhum reserva financeira, teve de se arriscar. Os anos posteriores foram de muito trabalho até se tornar técnico profissional.
Com passagens por Inter, Fluminense, Al Wals, dos Emirados Árabes, e Santos, mora atualmente em Dubai, à espera de um novo desafio no comando de um clube, seja no Brasil ou no Exterior. A respeito da relação com o Colorado, onde se formou como atleta e como treinador, ele relembra a passagem na casamata entre os anos de 2018 e 2019.
— Só faltou o título da Copa do Brasil para coroarmos um grande trabalho. Para fechar com a cereja do bolo. Eu acho que foi feito um grande trabalho de reconstrução, de retomada do Inter que passava pelo seu pior momento na história — destacou em entrevista ao Paredão do Guerrinha, da Rádio Gaúcha, que vai ao ar neste sábado (9).
Odair assumiu o Colorado interinamente nas últimas três rodadas da Série B, em 2017. Depois, já efetivado, foi terceiro colocado no Brasileirão, na temporada seguinte. Em 2019, parou nas quartas de final da Libertadores e perdeu para o Athletico-PR na final da Copa do Brasil.
— A reconstrução foi feita, mas aí faltou o gostinho de botar a faixa no peito. É isso aí, até hoje está dentro da minha cabeça, do meu coração e eu espero que um dia eu possa voltar — afirmou.
Odair relembra a trajetória no Inter, marcada pela resiliência:
— Tenho uma história muito bonita com o Inter. Eu passei por todos os estágios como jogador. Cheguei aos 14 anos. Depois do acidente do Brasil de Pelotas, em 2009, encerrei minha carreira (como atleta) em outubro. Comecei a galgar de novo todos os estágios até chegar a ser treinador da equipe principal. Fui auxiliar no juvenil, no juniores e no profissional.
No caminho percorrido, ele aproveita para agradeceu a um personagem que também foi revelado pelo Inter, construiu uma bonita história no futebol e, tempos depois, ocupou o cargo de treinador colorado. Foi com Dunga, em 2013, que Odair virou auxiliar permanente do elenco principal do Inter.
— Eu preciso falar isso publicamente. Foi o Dunga que me indicou para a Seleção Brasileira (olímpica). Para trabalhar com auxiliar técnico. Aqui vai o meu agradecimento por ele ter passado na minha vida e me ajudado demais. É um cara sensacional — concluiu.