O cenário do mercado de treinadores no futebol brasileiro sofreu mudança significativa nos últimos anos com a chegada maciça de profissionais de outros países. O Brasileirão deste ano começou com 10 times comandados por técnicos de outras nacionalidades. A densa presença de estrangeiros criou um séquito de adoradores e outro de críticos. Com a pausa do torneio para a realização da data Fifa, GZH fez um raio X de como foram os confrontos entre treinadores nascidos no Brasil e os nascidos além fronteiras.
A tabela de classificação do Brasileirão apresenta indícios de quem leva a melhor nesse confronto direto. As quatro primeiras colocações são ocupadas por técnicos de fora. O líder Botafogo é comandado pelo português Luis Castro, mesma origem de Abel Ferreira, do Palmeiras, o segundo colocado. O Flamengo aparece na sequência com Jorge Sampoli. A zona que dá vaga direta à fase de grupos da Libertadores é fechada com o Atlético-MG, comandado pelo argentino Eduardo Coudet, que deixou o cargo após o último jogo da equipe.
Só então aparece o primeiro brasileiro. Trata-se de Fernando Diniz, do Fluminense. A região de classificação ao principal torneio continental é fechada com Renato Portaluppi, técnico do Grêmio.
Outra pista está no pé da tabela. A zona do rebaixamento tem o Goiás, treinado até o fim da rodada passada pelo interino Emerson Ávila. O português Armando Evangelista assume a equipe a partir do próximo jogo. Na sequência, aparecem o América-MG, de Vagner Mancini, e o Vasco, de Mauricio Barbieri. Na lanterna, o Coritiba começou o torneio com o português António Vieira, demitido após a primeira rodada. No seu lugar, assumiu Antônio Carlos Zago, ex-Inter e Juventude.
Com a ponta de cima da tabela dominada por estrangeiros e a parte de baixo por brasileiros, é natural que no confronto direto a vantagem seja de profissionais gringos.
Das partidas disputadas até aqui, foram 53 vezes em que um time teve um técnico estrangeiro e o outro um brasileiro. Mais da metade (27) dos duelos foram vencidos pelos profissionais de fora do país — 50,9% . Em 12 jogos (22,6%), não houve vitorioso. Os brasileiros levaram a melhor em 14 embates (26,4%).
Em três rodadas (quarta, quinta e sétima), foram sete jogos entre brasileiros e estrangeiros, o recorde até aqui. Na terceira e na quarta rodadas, os estrangeiros venceram quatro partidas, melhor índice do quesito. O melhor desempenho dos brasileiros ocorreu na primeira rodada, com três vitórias. Somente na primeira, eles tiveram mais vitórias do que os estrangeiros.
Abel Ferreira jogou sete partidas contra times de treinadores brasileiros. Ele está invicto, com cinco vitórias e dois empates.
Com pouco menos de um terço do Brasileirão disputado, a balança segue equilibrada. Neste momento, nove clubes contam com um técnico estrangeiro (Botafogo, Palmeiras, Flamengo, Cruzeiro, Fortaleza, Bragantino, Cuiabá, Bahia e Goiás), 10 contam com um brasileiro (Fluminense, Grêmio, Athletico-PR, São Paulo, Inter, Santos, Corinthians, América-MG, Vasco e Coritiba).
Após a saída de Coudet, o Atlético-MG está sem treinador. A tendência é de que o novo contratado precise de passaporte para ingressar no Brasil. Os portugueses Carlos Carvalhal e Bruno Lage são os nomes mais cotados no momento. São sonhos da direção atleticana, mas com pouca chance de serem contratados.
Todos os jogos entre técnicos brasileiros e técnicos estrangerios
1ª rodada
- Botafogo (Castro) 2x1 São Paulo (Ceni)
- Fortaleza (Vojvoda) 1x1 Inter (Mano)
- Atlético-MG (Coudet) 1x2 Vasco (Barbieri)
- Flamengo (Mario Jorge, interino) 3x0 Coritiba (António Vieira)
- Corinthians (Lázaro) 2x1 Cruzeiro (Pepa)
2ª rodada
- Cruzeiro (Pepa) 1x0 Grêmio (Renato)
- Inter (Mano) 2x1 Flamengo (Sampaoli)
- Vasco (Barbieri) 2x2 Palmeiras (Abel)
- Santos (Odair) 0x0 Atlético-MG (Coudet)
- Coritiba (Leomir, interino) 0x3 Fortaleza (Vojvoda)
3ª rodada
- Fortaleza (Vojvoda) 4x2 Fluminense (Diniz)
- Palmeiras (Abel) 2x1 Corinthians (Danilo, interino)
- Atlético-MG (Coudet) 2x1 Athletico-PR (Turra)
- Cuiabá (Ivo Vieira) 1x2 Grêmio (Renato)
- Vasco (Babieri) 0x1 Bahia (Paiva)
4ª rodada
- Cruzeiro (Pepa) 2x1 Santos (Odair)
- América-MG (Mancini) 1x2 Cuiabá (Ivo Vieira)
- Athletico-PR (Turra) 2x1 Flamengo (Sampaoli)
- Bahia (Castro) 3x1 Coritiba (Zago)
- Goiás (Ávila, interino) 0x5 Palmeiras (Abel)
- Grêmio (Renato) 3x3 Bragantino (Caixinha)
- Corinthians (Luxemburgo) 1x1 Fortaleza (Vojvoda)
5ª rodada
- Santos (Odair) 3x0 Bahia (Paiva)
- Bragantino (Caixinha) 2x2 América-MG (Mancini)
- Flamengo (Sampaoli) 2x0 Goiás (Ávila, interino)
- Palmeiras (Abel) 4x1 Grêmio (Renato)
- Cruzeiro (Pepa) 0x2 Fluminense (Diniz)
- Botafogo (Castro) 3x0 Corinthians (Luxemburgo)
- Fortaleza (Vojvoda) 0x0 São Paulo (Dorival)
6ª rodada
- Atlético-MG (Coudet) 2x0 Inter (Mano)
- Grêmio (Renato) 0x0 Fortaleza (Vojvoda)
- Goiás (Ávila, interino) 2x1 Botafogo (Castro)
- América-MG (Mancini) 0x4 Cruzeiro (Pepa)
7ª rodada
- Bahia (Paiva) 1x1 Goiás (Ávila)
- Botafogo (Castro) 0x1 Fluminense (Diniz)
- Bragantino (Caxinha) 2x0 Athletico-PR (Turra)
- Coritiba (Zago) 1x2 Atlético-MG (Coudet)
- América-MG (Mancini) 2x1 Fortaleza (Vojvoda)
- Santos (Odair) 0x0 Palmeiras (Abel)
- Flamengo (Sampaoli) 1x0 Corinthians (Luxemburgo)
8ª rodada
- Fortaleza (Vojvoda) 2x0 Vasco (Barbieri)
- Cuiabá (António Oliveira) 1x1 Coritiba (Zago)
- Inter (Mano) 2x0 Bahia (Paiva)
- Bragantino (Caxinha) 2x0 Santos (Odair)
- Botafogo (Castro) 2x0 América-MG (Mancini)
9ª rodada
- Athletico-PR (Turra) 1x0 Botafogo (Castro)
- Fluminense (Diniz) 2x1 Bragantino (Caixinha)
- Palmeiras (Abel) 3x1 Coritiba (Zago)
- Goiás (Ávila, interino) 0x1 Cuiabá (António Oliveira)
- Vasco (Barbieri) 1x4 Flamengo (Sampaoli)
10ª rodada
- Corinthians (Luxemburgo) 1x1 Cuiabá (António Oliveira)
- São Paulo (Dorival) 0x2 Palmeiras (Abel)
- Flamengo (Sampaoli) 3x0 Grêmio (Renato)