O Brasil conta atualmente com cerca de quatro mil sites de apostas, de acordo com o monitoramento da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL). O dado foi apresentado em reunião da subcomissão da Assembleia Legislativa gaúcha que se debruça sobre o tema.
Uma das entidades que defende os interesses do setor de apostas legalizadas, a ANJL é favorável à regulamentação do mercado com a menor tributação possível.
De acordo com o CEO da ANJL, Wesley Cardia, a proliferação de sites de apostas se deve, de um lado, à falta de regulamentação e, de outro, ao baixo custo para entrar no negócio. Segundo ele, com R$ 40 mil é possível abrir um concorrente, considerando apenas os custos de operação iniciais.
— Falamos sempre em três mil sites (de apostas). Não são mais, já são 4 mil sites (de apostas), e a cada dia aumenta. Se nós, no intervalo do cafezinho, quisermos colocar um site, até o fim do dia temos um, porque é fácil de montar. Custa R$ 30 mil para botar em operação e R$ 10 mil por mês pendurado em uma plataforma em Recife. Só esta plataforma tem mais de mil sites (de apostas) — disse o CEO da ANJL, nesta segunda-feira (26), na Assembleia Legislativa.
Entre os problemas que podem ser evitados com a regulamentação, destaca o CEO na ANJL, está o de eventuais ganhadores que têm dificuldades para retirar os seus prêmios. Com a regulamentação, a estimativa de Cardia é de que o número de sites no país caia para algumas dezenas.
— Atualmente, não se tem nenhum tipo de controle sobre essa operação. Quando a pessoa ganha e vai reclamar, vai reclamar para quem? Ninguém sabe quem é o dono. Sites não licenciados têm que ter o seu domínio cassado. Qualquer um que não faça parte da lista daquela lista de 30, 40, 50, alguns falam em 100, tem que cair fora — acrescentou o CEO da ANJL.
Cardia falou durante reunião da Subcomissão pela Regulamentação das Apostas Esportivas, que tem relatoria do deputado Marcus Vinícius (PP). O objetivo da subcomissão, segundo o parlamentar, é auxiliar o Estado a se preparar para a regulamentação do setor, proposta pelo governo federal e que será definida pelo Congresso Nacional.