Assinar com Carlo Ancelotti é o principal desafio da CBF para os próximos dias, mas não o único. Disposta a esperar um ano pelo técnico do Real Madrid, a entidade precisará definir ainda toda uma nova comissão técnica interina para comandar a Seleção Brasileira nos seis jogos das Eliminatórias e nos dois amistosos previstos até junho de 2024.
Desde a saída de Tite após a Copa, a Seleção não tem profissionais efetivos nas principais funções da comissão. Nas duas convocações feitas até agora em 2023, houve um rodízio muito grande na equipe de trabalho, e não está claro quem ficará para as Eliminatórias no segundo semestre. Não está garantido nem mesmo o técnico Ramon Menezes.
Na derrota por 2 a 1 para o Marrocos, no dia 25 de março, por exemplo, integraram a comissão técnica o auxiliar Felipe Loureiro, o preparador físico Leonardo Cupertino, o auxiliar de preparação física Daniel Gonçalves e o preparador de goleiros Silvio Jardim, que, por sua vez, não seguiram na equipe da Seleção para os amistosos contra Guiné e Senegal, em Barcelona e Lisboa, respectivamente.
Já para os dois jogos disputados na Península Ibérica foram nomeados pela CBF o preparador físico Marcos Correia, o preparador de goleiros Cláudio Taffarel e o auxiliar de preparação de goleiros Marquinhos Trocourt, que não estavam no Marrocos.
Além de Ramon Menezes, os únicos profissionais dos principais cargos que integraram a comissão técnica da Seleção Brasileira em todos os amistosos do ano foram o auxiliar-técnico Thiago Kosloski e os analistas de desempenho Bruno Baquete e Thomas Koerich.
Como Ramon ainda acumula o cargo de técnico da seleção sub-20 e, em tese, tem pela frente a preparação para os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, não há nenhuma garantia de que ele seguirá como interino para as Eliminatórias. Um outro treinador "tampão" pode ser nomeado para comandar a Seleção até junho do ano que vem, quando, conforme planejado pela CBF, Carlo Ancelotti deve assumir.
Além disso, há a indefinição sobre o coordenador de seleções, cargo ocupado por Juninho Paulista na Copa do Mundo do Catar. Após a saída do ex-meia, foi nomeado interinamente para o cargo Ricardo Gomes, que esteve no Marrocos e só não viajou a Espanha e Portugal devido a um quadro de dengue. Contudo, também não está definido se ele fica para os próximos jogos do ano.
Até o prazo previsto para a chegada de Ancelotti, a Seleção terá pela frente ainda seis jogos pelas Eliminatórias e dois amistosos. Até lá, a CBF precisará finalizar o acerto com o técnico do Real Madrid, chegar a um acordo com o novo treinador em relação aos moldes do anúncio oficial e a data de apresentação, definir uma comissão técnica interina para o próximo ano e, por fim, nomear ainda a equipe de trabalho efetiva que será chefiada pelo italiano no ciclo da Copa do Mundo 2026.
Embora o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues tenha dito na semana passada que esperava ter uma "definição nítida" sobre o novo treinador até o dia 30, não há garantias de que todas esas definições serão feitas dentro deste prazo.