O jogador Jarro Pedroso, que disputou o Gauchão pelo São Luiz, foi suspenso por dois anos do futebol e multado em R$ 100 mil. Por unanimidade, ele foi condenado pelo TJD-RS na tarde desta terça-feira (30) em razão de participar de um esquema de apostas, descoberto na Operação Penalidade Máxima, e recebeu a pena máxima. A decisão ainda cabe recurso no Tribunal Pleno do TJD-RS.
Durante a votação, os relatores destacaram que o jogador teve tempo para denunciar as ameaças antes de cometer o pênalti e justificaram a pena máxima para não ser condescendente com uma irregularidade no Campeonato Gaúcho.
Jarro, que atualmente joga no Inter-SM, prestou depoimento em vídeo e afirmou ser vítima. O atacante disse que recebeu o contato dos aliciadores através de seu empresário (Wanderson Cafú). Ele confessou que fez um pênalti na partida entre Caxias x São Luiz em combinação com apostadores e recebeu R$ 30 mil. No entanto, afirmou que cometeu o ato por ter recebido ameaças, registrou um boletim de ocorrência e efetuou a devolução do valor.
— Recebi uma ameaça. Eu tinha que fazer, pois do mesmo jeito eles me acharam, iriam procurar a minha família, que já sabiam quem eram meus filhos, minha esposa e meus pais — disse Jarro em depoimento no TJD-RS.
A defesa do jogador, porém, não apresentou provas documentais do comprovante de devolução e do BO. Durante a audiência, o advogado Cristiano Urach chegou a solicitar mais cinco dias para reunir provas, o que foi rejeitado pelos auditores. Urach assumiu o caso na última segunda-feira (29). Até então, a defesa de Jarro era conduzida por Diogo Rodrigues.
— Essa defesa foi última hora. Não tive tempo de ter acessos aos autos. Todo o contexto probatório não foi trazido aqui por um lapso de contratação de um advogado para o outro. A culpa não é dele, que não tem dinheiro para contratar um advogado. Esta defesa está sendo feita pelo Inter-SM, meu escritório atende o clube — explicou o advogado.
Durante a sessão, o procurador do TJD-RS, Renan Eduardo Cardoso, criticou o fato de a defesa do jogador não ter apresentado provas durante a audiência.
— Vítima é o futebol gaúcho. Nós não acreditamos mais no futebol. Qualquer lance estranho, agora todo mundo vira suspeito. Eu não acredito que uma pessoa vá fazer uma ocorrência policial e não ter uma cópia — disse Cardoso.
O São Luiz, clube em que Jarro atuava quando cometeu a infração, também foi responsabilizado pelo Tribunal e será responsável pelo pagamento da multa de R$ 100 mil caso o jogador não efetue.