Os trabalhos da CPI da Manipulação no Futebol na Câmara dos Deputados começaram nesta quarta-feira (17). A instalação da Comissão ocorreu após desdobramentos da Operação Penalidade Máxima, realizada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que investiga a existência de uma quadrilha de apostadores que burlam resultados para obter lucro.
Presidida pelo deputado Júlio Arcoverde (PP-PI), a Comissão contará com 34 deputados titulares e 34 suplentes. Entre os parlamentares que farão parte dos trabalhos estão o bicampeão olímpico de vôlei Maurício Lima (PL-MG) e o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello (PSB/RJ). O ex-dirigente apresentou recentemente o Projeto de Lei 515/2023, que tem em seu cerne a busca pelo aumento da pena do profissional do futebol envolvido com manipulação de resultados.
A relatoria ficará por conta de Felipe Carreras (PSB-PE), responsável pelo requerimento para a abertura da comissão. Júlio Arcoverde (PP-PI), André Figueiredo (PDT-CE), Daniel Agrobom (PL-GO) e Ricardo Silva (PSD-SP) serão os vice-presidentes.
A CPI terá duração de 120 dias. Após ser concluída, será elaborado um relatório a ser enviado ao Ministério Público ou Advocacia-Geral da União, com o objetivo de criar responsabilidade civil e criminal dos possíveis infratores.
Os trabalhos serão retomados em 23 de maio. Nesse dia, serão apresentados o plano de trabalho e a aprovação dos primeiros requerimentos.
Serão ouvidos todos os indiciados pelo MP-GO, além de jogadores e representantes de casas de apostas. A CBF será convocada. Também se tentará compreender como outros países lidaram com o problema.
A Operação Penalidade Máxima foi deflagrada nos últimos meses e marca o combate à manipulação de jogos no futebol brasileiro. Segundo o Ministério Público de Goiás, que começou o trabalho, no centro do esquema está uma organização criminosa especializada em corromper atletas de futebol e lucrar com apostas esportivas. Ao todo, 15 jogadores foram indiciados.