Revelado nas categorias de base do Grêmio, o ex-goleiro Emerson foi uma das grandes promessas da sua geração nas década de 1990. Mas, durante toda a carreira, carregou a angústia de ser gay e não poder assumiu a homossexualidade no meio do futebol. Agora, mais de 30 anos depois, Emerson fala abertamente sobre o tema no novo episódio do podcast Ponto Futuro:
— Foi um processo bem difícil, porque foi solitário, tendo que me proteger o tempo todo para que isso não fosse percebido pelos outros. Era uma vida dupla mesmo e isso afeta nossa qualidade mental. Várias vezes eu tive depressão, várias vezes eu precisei de ajuda, mas eu não tinha a quem recorrer. Como é que eu ia conversar com alguém do clube que eu estava com depressão e a causa disso era uma homossexualidade? — revela o ex-jogador.
Além de jogar no Grêmio, Emerson conquistou o título da Copa do Brasil com o Juventude em 1999. Pelo Bahia, dois anos depois, ganhou a Bola de Prata como melhor goleiro do Campeonato Brasileiro. Teve passagem ainda por times como Flamengo e Vitória. Atualmente, mora em Salvador, onde é comentarista esportivo.
— O futebol não está preparado ainda para ter um atleta gay, assumidamente gay. Eu acredito que se algum atleta na ativa falar abertamente sobre a sua sexualidade, vai ter as portas fechadas — afirma.
Com edição inédita toda quarta-feira, a primeira temporada do Ponto Futuro terá 11 episódios. Com o objetivo de abordar o futebol para além das quatro linhas, a atração é focada em conteúdos sobre gestão, marketing, tecnologia, mídia e negócios do esporte. O podcast pode ser acessado pelas principais plataformas de áudio, além do site e aplicativo de GZH.