Desde que Leonardo Gaciba deixou a presidência da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em novembro de 2021, o cenário pouco mudou. A qualidade da arbitragem brasileira segue sendo questionada. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, na noite desta terça-feira (16), o ex-árbitro opinou sobre o tema:
— É um momento difícil. É um momento de mudança muito grande. A chegada do árbitro de vídeo é a maior mudança em toda a história do futebol. Isso expôs algumas questões difíceis de trabalhar. Ela expôs que a uniformidade de critérios é muito difícil. Isso é ruim para o futebol como um todo. Outro detalhe é a questão da credibilidade. Se tem uma desconfiança muito grande. O árbitro de vídeo não faz milagre.
O árbitro de vídeo (VAR) faz parte da rotina do futebol brasileiro desde 2018. Desde lá, não faltaram críticas para a tecnologia que foi concebida com o objetivo de diminuir os erros de arbitragem.
— O meio do futebol tem de se juntar e decidir o que quer. Os clubes querem interferência máxima e erro zero. Os árbitros utilizam como ferramenta para não existir o erro capital. A Fifa quer mínima interferência e máximo benefício. Não se tem um consenso — destacou.
Gaciba também falou sobre a questão da linha de impedimento, um dos pontos que mais causa debate a cada fim de rodada.
— O programa que faz a linha é super confiável. A operação dela é que é algo para se pensar. A Fifa já achou a solução, que é o impedimento semiautomático, com 12 câmeras fazendo uma uma imagem tridimensional, mas o Brasil não tem dinheiro para isso — ressaltou, citando uma alternativa para o futuro do VAR no Brasil:
— O caminho para evitar polêmicas é o desafio, de treinadores ou capitães da equipe. O árbitro de vídeo ficaria com jogadas factuais, com jogadas que não tenham interpretação. E o desafio seria responsabilidade dos clubes. Se dividiria a responsabilidade e se daria uma transparência maior para o processo.