Todos os finais de semana, só no futsal adulto, masculino e feminino, mais de 40 partidas movimentam os ginásios do interior do Rio Grande do Sul. A força do esporte que agita pequenas e grandes comunidades talvez fosse ainda maior se houvesse uma única entidade na administração do esporte no Estado. Desde 2017, Federação Gaúcha e Liga Gaúcha dividem a coordenação e a organização das competições adultas e de base. E a unificação parece distante de ocorrer.
Em 2022, a Federação Gaúcha de Futsal coordena os estaduais masculino e feminino, das Séries Ouro, Prata e Bronze. São 81 times participantes, sem contar a base. De acordo com presidente da entidade, Ivan dos Santos, só neste ano foram filiados 146 novos clubes. Ele reconhece que a divisão atrapalha o esporte.
— Os maiores prejudicados dessa divisão são os clubes. Eu nunca proibi clube nenhum de se jogar aqui não joga lá ou acolá. Nunca proibi. Eu sempre estive aberto para discussão. Eu continuo aberto para quem quiser unificar federação com liga. Eu tô aqui à disposição. A gente só tem que acertar detalhes — resumiu Ivan.
Já houve encontro entre as diretorias, porém sem acordo.
— Eu sempre chamei aqui os responsáveis pela Liga para virem conversar. O Nelsinho esteve aqui, conversou comigo, mas não houve acerto — relatou o presidente da FGFS.
Grandes potências do esporte estão na Liga
Criada em 2017, a Liga Gaúcha (LGF) chega a ter mais de 100 jogos por final de semana, envolvendo todas as categorias, da base ao adulto. Nas principais competições, os Gauchões das Séries A, B e C, masculino e feminino adultos, são 71 times. Entre eles, os maiores do Rio Grande do Sul e que representam o Estado na Liga Nacional de Futsal: ACBF, de Carlos Barbosa, Atlântico, de Erechim, e Assoeva, de Venâncio Aires.
O presidente da entidade, ex-jogador Nelson Bavier, o Nelsinho, ressalta que a Liga surgiu para atender demandas dos clubes que não eram respondidas pela Federação.
— A necessidade de evoluir fez com que a nossa entidade ganhasse a força que ganhou, com números expressivos. A gente fez uma pesquisa, a título de curiosidade, uma amostragem, no início do ano de 2020, na pandemia. O futsal do RS, com só algumas equipes respondendo, movimenta cerca de R$ 30 milhões anuais. Isso é expressivo pra economia do Estado. E é um esporte que faz isso. Então, eu entendo que a gente hoje não pode recuar. Mas em termos esportivos isso não é bom. Porém, eu acredito que a modalidade precisava ter uma alternativa e que foi o que a Liga criou — ratificou Nelsinho.
A unificação parece distante e improvável
— A gente sabe que tem uma eleição agora no final do ano na Federação. Temos que avaliar junto aos clubes, porque a Liga é dos clubes. Acho importante deixar isso bem claro: os clubes têm a capacidade e a condição de trazer as suas perspectivas, e a gente vai estudar pra ver se há uma vontade. Mas te diria que no dia hoje, a unificação não é uma possibilidade real — finalizou o presidente da LGF.