Apesar de não atribuir pontos para os rankings masculino e feminino este ano e não contar com alguns dos melhores jogadores, Wimbledon continua sendo o torneio mais prestigiado da temporada do tênis e, a partir de segunda-feira (27), relançará a corrida pelo recorde de Grand Slams entre Rafael Nadal e Novak Djokovic.
Na chave feminina, com a ausência da atual campeã Ashleigh Barty, que se aposentou em março, a sequência vitoriosa de Iga Swiatek pode ser interrompida pelo surpreendente retorno de Serena Williams.
A exclusão de russos e bielorrussos
Por Wimbledon ter excluído os tenistas russos, entre eles o número 1 do mundo, Daniil Medvedev, e bielorrussos, a ATP e a WTA decidiram não atribuir pontos pelo torneio para seus rankings.
Embora não vá jogar, Medvedev continuará garantido no topo do tênis masculino ao término do Grand Slam sobre grama, enquanto Novak Djokovic, que caiu para a terceira posição na ATP por não ter participado do Aberto da Austrália ao se recusar a se vacinar contra a covid-19 e ter despedido de Roland Garros nas quartas de final, continuará perdendo posições inclusive se for campeão do torneio pela quarta vez consecutiva, algo que somente Björn Borg (5), Pete Sampras (4) e Roger Federer (5) conseguiram na era aberta.
Mas Wimbledon é o templo do tênis, e com pontos ou sem eles, o título terá o mesmo valor esportivo e histórico: Nadal tentará conquistar seu terceiro Grand Slam consecutivo (depois do Aberto da Austrália e de Roland Garros), o que seria sua 23ª conquista de major, enquanto Djokovic tem 20.
— Os pontos na classificação são importantes, mas para mim são menos do que era até pouco tempo — afirmou o sérvio.
Matteo Berrettini, finalista no ano passado e invicto nesta temporada jogando na grama, parece ser o único que pode impedir um 60º duelo entre Djokovic e Nadal e uma 30ª final entre ambos. O italiano cruzaria o caminho do espanhol nas semifinais, enquanto 'Nole' está do outro lado da chave.
Como chegam Nadal e Djokovic?
Embora favoritos, Nadal e Djokovic não chegam com todas as certezas: o espanhol está motivado após ter sido campeão dos dois primeiros Grand Slams do ano, mas continua sob a ameaça das dores no pé esquerdo, enquanto o sérvio está em ótimas condições físicas, mas terá que lutar contra os fantasmas que o rondam na temporada.
O sérvio jogou muito pouco este ano: não estreou até o torneio de Dubai e ficou fora dos Masters 1000 de Indian Wells e Miami, antes de retornar à Europa para a temporada de saibro e ser campeão em Roma, mas com derrotas nas semifinais em Madri e nas quartas em Roland Garros.
Nadal e Djokovic chegam a Wimbledon sem terem disputado um jogo sequer na grama este ano, mas nenhum dos dois parece preocupado com isso.
—Em relação ao tênis, os seis primeiros meses do ano foram incríveis. Desfruto ainda mais por ter sido inesperado. E agora tenho que continuar se meu corpo permitir—declarou Nadal, campeão de Wimbledon em 2008 e 2010, mas que não disputa o torneio desde 2019.
Djokovic não perde no All England Club desde 2017, quando desistiu de seu confronto de quartas de final contra o tcheco Tomás Berdych, durante o segundo set, por conta de dores musculares no braço direito. Desde então ele venceu 21 jogos e foi campeão em 2018/19/21. A edição de 2020 não foi realizada por conta da pandemia de covid-19. Antes disso sua última derrota jogando uma partida até o fim ocorreu na terceira rodada de 2016, para o americano Sam Querrey.
— Já ganhei Wimbledon sem jogar nenhum torneio preparatório. Ao longo de anos aprendi a me adaptar rapidamente à superfície, então não tenho nenhuma razão para pensar que não conseguirei mais uma vez— afirmou o sérvio.
Mentalmente, ele garante que a perspectiva de não disputar o US Open lhe dá uma motivação extra para Wimbledon.
O retorno de Serena Williams
É uma das atrações do torneio: não era esperado, mas Serena Williams, que recebeu um convite, fará seu retorno às competições individuais em Wimbledon.
— Espero que ela enfrente Iga (Swiatek), para freá-la um pouco— expressou a tunisiana Ons Jabeur (número 3 do mundo) no anúncio do retorno da americana de 40 anos, em referência à líder do ranking da WTA, que não perde um jogo desde a eliminação na segunda rodada de Dubai, em fevereiro, e que de lá para cá então foi campeã em Doha, Indian Wells, Miami, Stuttgart, Roma e Roland Garros.
A polonesa de 21 anos chega com uma série de 35 vitórias e como grande favorita em sua terceira participação em Wimbledon, onde seu melhor resultado foi chegar às oitavas de final, no ano passado, quando foi derrotada justamente por Jabeur.
* AFP