De técnico com dois jogos de experiência a profissionais de longa jornada no futebol. A Copa do Mundo terá um panorama variado quando o assunto são os técnicos que estarão à beira do gramado no Catar.
Para você conhecer cada um dos 32 profissionais classificados para o Mundial, GZH traçou um breve perfil de cada um deles.
América do Sul
Brasil
Tite: o técnico brasileiro passou por todos os níveis do futebol como treinador. Começou no amador e chegou até a Seleção Brasileira. No caminho, conquistou todos os títulos possíveis por um clube brasileiro. Desde Zagallo, em 1970 e 1974, um técnico não ficava à frente do Brasil por duas Copas seguidas de maneira ininterrupta.
Argentina
Lionel Scaloni: é uma das indicações de técnico mais improváveis entre os 32 que estarão no Catar no final do ano. O trabalho à frente da Argentina é o primeiro de Scaloni como treinador. Auxiliar de Jorge Sampaoli na Copa de 2018, assumiu o time como interino após o Mundial da Rússia. Aos poucos se afirmou na função e levou a Argentina a abrir sua galeria de troféus para colocar uma nova taça após 28 anos com a conquista da Copa América de 2021.
Equador
Gustavo Alfaro: o Equador é a primeira seleção comandada pelo argentino de 59 anos. De currículo extenso no seu país de origem, onde treinou 12 equipes, entre elas o Boca Juniors em 2019, Alfaro leva La Tricolor de volta à Copa do Mundo após a ausência em 2018. Foi campeão da Copa Sul-Americana com o Arsenal de Sarandí, em 2007.
Uruguai
Diego Alonso: no fim do ano passado venceu a disputa com Diego Aguirre pelo cargo. Ao superar o ex-técnico colorado, assumiu a responsabilidade de substituir Óscar Tabárez, que estava no cargo desde 2006, e fazer a Celeste Olímpica entrar na zona de classificação para a Copa do Mundo. Sua chegada reanimou a equipe e um lugar no Catar foi assegurado com menos drama do que o imaginado.
Europa
Sérvia
Dragan Stojković: foi um dos grandes nomes da extinta Iugoslávia. Entre suas conquistas estão uma medalha olímpica e o título da Liga dos Campeões com o Olympique Marseille. Depois de disputar duas Copas (1990 e 1998) como jogador, Stojković estreia em Mundiais como técnico. Está no cargo há um ano.
Suíça
Murat Yakin: pela primeira vez na história a Suíça disputará cinco Copas do Mundo consecutivas. Yakin chegou na metade do ciclo, após Vladimir Petković assinar com o Bordeaux. Apesar da longa carreira como zagueiro na Seleção, não chegou a disputar uma Copa como jogador. A missão será passar das oitavas de final, o que não acontece desde 1954.
Espanha
Luis Enrique: em três Copas como jogador, Luis Enrique ficou marcado pela cotovelada desferida contra o seu rosto pelo italiano Tassotti em 1994. O técnico da Espanha faz parte de um seleto grupo de jogadores que atuou por Real Madrid e por Barcelona. Foi pelo Barça que teve as maiores conquistas como atleta e como treinador. Em 2019, chegou a ficar de fora do comando da Fúria após a morte de sua filha de 9 anos. No seu retorno, disparou contra o auxiliar Robert Moreno que, segundo o treinador, queria derruba-lo do cargo. Moreno foi demitido.
França
Didier Deschamps: o técnico francês está ao lado de Zagallo e Beckenbauer como os únicos homens a terem vencido a Copa do Mundo como jogador e como técnico. Capitão no título de 1998, fez da sua vida de técnico um prolongamento de sua carreira vitoriosa como um volante combativo ao vencer o título em 2018. Tenta ser o primeiro treinador a ganhar dois títulos mundiais.
Bélgica
Roberto Martínez: a geração belga segue comandada pelo técnico espanhol. Desde 2016 à frente da seleção, vai para a sua segunda Copa. Na primeira, terminou na terceira colocação. Antes de comandar os Diabos Vermelhos, fez toda a carreira como técnico no futebol inglês, onde encerrou a carreira como jogador. Será o terceiro treinador a comandar os belgas em duas Copas do Mundo.
Dinamarca
Kasper Hjulmand: fez basicamente uma carreira doméstica tanto como jogador quanto como técnico. Quando saiu para treinar fora do país teve uma responsabilidade imensa. Foi escolhido para substituir Thomas Tuchel, no Mainz, em 2014. Após um bom início, encarou longa seca de vitórias, sendo demitido antes do fim da temporada. Assumiu a Dinamarca em 2020.
Holanda
Louis van Gaal: pesadelo de jogadores brasileiros como Rivaldo e Lúcio, Van Gaal também montou times que encantaram como o Ajax dos anos 1990. Rígido e de difícil trato, o holandês iniciou em 2021 a sua terceira passagem à frente da Holanda, depois de cinco anos sabáticos. Em 2014, levou a Holanda ao terceiro lugar. Aos 70 anos, deve sair, mais uma vez, de cena após a Copa.
Croácia
Zlatko Dalić: mais um técnico que assumiu uma seleção emergencialmente e foi fixado. Chegou à Croácia em meio às Eliminatórias para a Copa de 2018 e sabia que só seguiria se conquistasse a classificação para a Rússia. Ele fez mais. Além de um lugar no Mundial, levou os croatas à final.
Inglaterra
Gareth Southgate: é a personificação da elegância à beira do gramado. Como zagueiro, apesar de 58 jogos pelo English Team, não disputou Mundial. Tem em mãos uma geração talentosa, mas ainda não conseguiu fazer o futebol "voltar para casa", batendo na trave na Copa de 2018 e na Eurocopa do ano passado. Está no cargo desde 2016, quando assumiu como interino a vaga de Sam Alardyce, demitido após um jogo no comando por ter se envolvido em um escândalo de corrupção.
Alemanha
Hansi Flick: reza a lenda que o homem por trás das ideias que levaram a Alemanha ao título da Copa de 2014 era Flick, auxiliar de Joachim Low entre 2006 e 2014. Em 2019, assumiu o Bayern e venceu a Liga dos Campeões. Está no cargo desde 2021. Até aqui, são oito jogos e oito vitórias, o início mais vitorioso de trabalho de um técnico à frente da Alemanha.
Polônia
Czesław Michniewicz: soviético de nascimento, nasceu do que hoje é Belarus. Michniewicz teve dois jogos para colocar a Polônia em mais um Mundial. Foi o escolhido para o lugar de Paulo Sousa, após o português assinar com o Flamengo. Antes de se classificar contra a Suécia, o técnico de 52 anos estreou com um 1 a 1 em amistoso com a Escócia.
Portugal
Fernando Santos: é uma referência no futebol de Portugal. Aos 67 anos, acumula trabalhos à frente de Porto, Sporting e Benfica, os três principais clubes do país. Este é o terceiro ciclo seguido no comando de uma seleção — até agora com 100% de aproveitamento. Comandou a Grécia em 2014 e vai para a segunda Copa com Cristiano Ronaldo e seus companheiros. Tem no currículo o título da Eurocopa de 2016, maior conquista da equipe lusitana.
País de Gales
Rob Page: parece uma situação do futebol brasileiro, mas acontece no País de Gales. O técnico que classificou o país para a Copa do Mundo depois de 64 anos é interino. Page assumiu o time interinamente em 2020, disputou uma Euro e colocou Gales no Mundial sem ser efetivado no cargo. Ele ganhou espaço após Ryan Giggs ser preso e processado por assédio sexual.
Ásia
Catar
Félix Sánchez: é mais um técnico da armada espanhola que ganhou além mar. Deixou o país de Cervantes após 10 anos trabalhando na base do Barcelona para desbravar o Oriente Médio. Foi vinculado à Aspire Academy, por onde também passou o ex-técnico colorado Miguel Ángel Ramírez. Depois de trabalhar nas divisões inferiores da seleção catari, assumiu a equipe principal em 2017.
Irã
Dragan Skočić: fez história ao ser o primeiro jogador croata a jogar no Exterior (na época pertencia a Iugoslávia). Fez carreira no futebol no mundo árabe, treinando equipes do Kwait, Arábia Saudita e Irã. Assumiu o cargo em 2020.
Coreia do Sul
Paulo Bento: o torcedor do Cruzeiro sente calafrios ao ouvir falar no nome do técnico português. Foram pouco mais de 60 dias à frente da equipe mineira, tempo suficiente para não ser esquecido (não pelos melhores motivos). Como jogador, foi contemporâneo de uma geração que tinha Vítor Bahia, Fernando Couto, Rui Costa e Luís Figo e disputou a Copa do Mundo de 2002 como jogador. Doze anos depois, estava à frente da esquadra lusitana no Mundial do Brasil, quando não passou da primeira fase.
Japão
Hajime Moriyasu: como jogador, Moriyasu foi um dos nomes que marcaram o início da J League. Tem sua carreira ligada ao Sanfrecce Hiroshima, onde atuou como meia e iniciou a vida como treinador de equipes profissionais. Tem tido mais sucesso de terno e gravata à beira do campo do que quando calçava chuteiras. Foi campeão nacional em três oportunidades, além de levar o Hiroshima ao terceiro lugar no Mundial de Clubes de 2015. Era assistente técnico na Copa da Rússia e assumiu a função de técnico em 2018.
Arábia Saudita
Hervé Renard: de carreira obscura como jogador, Renard se especializou em comandar seleções em centros pouco cotados no mundo da bola. Há quatro anos, na Rússia, esteve no comando do Marrocos. Também tem passagens pelas seleções de Zâmbia (duas vezes), onde foi campeão da Copa das Nações Africana, Angola e Costa do Marfim.
Austrália
Graham Arnold: o treinador de 58 anos sofreu muito nos últimos meses. As atuações da seleção foram criticadas e suas convocações esculachadas. Esteve prestes a ser demitido em março, mas seguiu no cargo para classificar a Austrália para o quarto Mundial consecutivo. Seu único trabalho no exterior foi à frente do Vegalta Sendai, do Japão.
Concacaf
Canadá
John Herdman: possivelmente quando se aposentar, Herdman ganhará uma estátua em algum estádio canadense. Depois de colocar duas medalhas olímpicas com o time feminino do Canadá, o técnico inglês alcançou outro feito histórico. O país está de volta a uma Copa do Mundo após 36 anos.
México
Gerardo Martino: ex-jogador do Newell's Old Boys, Tata Martino tem uma carreira bastante excêntrica para um técnico. Iniciou no modesto Brown de Arrecifes e chegou à Seleção Argentina e ao Barcelona. Está na Seleção Mexicana desde 2019. Colocou os conterrâneos de Hugo Sánchez em mais um Mundial, mas viu o Canadá somar mais pontos nas Eliminatórias e está há quatro confrontos diretos sem vencer os Estados Unidos.
Estados Unidos
Gregg Berhalter: zagueiro da equipe americana no Mundial do Japão e da Coreia, tem tido uma carreira promissora como técnico. Chegou à Seleção após longo trabalho no Columbus Crew. Conseguiu fazer os Estados Unidos voltarem à Copa após a ausência em 2018.
Costa Rica
Luis Fernando Suárez: o técnico colombiano vai para a sua terceira Copa do Mundo. Esteve com o Equador em 2006 e com Honduras em 2014. Como jogador, o colombiano foi campeão da Libertadores de 1989 pelo Atlético Nacional
África
Camarões
Rigobert Song: como zagueiro, Song é o jogador com mais partidas por Camarões, com 137 jogos. Como técnico, tem somente dois jogos na atual passagem no cargo. Foi contratado após a eliminação dos camaroneses na Copa Africana de Nações. Como jogador, atuou em clubes como Liverpool, West Ham e Galatasaray. Pela seleção, disputou quatro Copas. Aos 45 anos, esse é seu segundo período no comando dos Leões Indomáveis.
Tunísia
Jalel Kadri: aos 50 anos, tem uma extensa carreira de serviços prestados ao futebol tunisiano. Assumiu o time poucos dias antes dos playoffs contra Mali. Era o assistente de Mondher Kebaier, demitido após a eliminação para Burkina Faso na Copa de Nações Africanas.
Gana
Otto Addo: fecha a trinca de treinadores com dois jogos que levaram suas seleções à Copa. Alemão, Addo foi meia de Hamburgo, Borussia Dortmund e Mainz. Está em seu primeiro trabalho como treinador. Para assumir o time ganês interinamente, foi liberado pelo Dortmund, onde trabalhava como assistente.
Senegal
Aliou Cissé: se Senegal está na Copa, Cissé também está. Fez parte da histórica seleção de Senegal que bateu a França na abertura da Copa de 2002. Desde 2015 no cargo, também comandou o time na campanha que levou para o Mundial da Rússia.
Marrocos
Walid Regragui : é o técnico com menos tempo no cargo. Em agosto, ele assumiu no lugar de Vahid Halilhodžić, técnico conhecido pela sua relação bélica com dirigentes e a imprensa. Regragui vinha em evidência no país após levar o Wydad ao título da CAF Champions League, a Libertadores africana. São dois jogos à frente da seleção marroquina, com vitória sobre o Chile e empate com o Paraguai. Como jogador, disputou 52 partidas pelo time nacional.