De Nóia para o Catar
Com camisa do Brasil, saudades da família, mas com a ideia de não sair do Catar, a gaúcha Giordana Bido estava toda feliz ao conhecer seu ídolo Cafu, presente em Doha para o sorteio da Copa do Mundo. Natural de Novo Hamburgo, ela concluiu em Doha o curso de comunicação. Atuando junto à empresa que assessorou o capitão do penta no lançamento de seu livro, relatou um pouco de sua vida no Oriente Médio, inclusive desfazendo alguns temores quanto à conduta de quem visitar o Catar no Mundial. Ela fala que os árabes por certo estranharão o modo efusivo e afetivo como os brasileiros se trata. Beijos e abraços nem sempre são bem vistos pelos árabes. Da mesma forma, porém, ela acha exagerado quando se fala que há restrições a peças de vestuários que mostrem partes do corpo como os ombros e as pernas no caso das mulheres.
— A gente apenas precisa ter respeito e não parecer que o uso de uma bermuda ou de uma camiseta possa ser um desrespeito. Eles são rígidos dentro da cultura deles, mas não interferem em quem está agindo dentro de um padrão médio de conduta — disse a jovem.
Giordana lembrou que agora em junho virá o período do Ramadã, o mês em que os muçulmanos se recolhem em oração e fazem jejum completo durante o dia.
— Quem não é muçulmano não precisa jejuar e pode tomar água ou fazer refeições.Só o que é preciso, em respeito, durante o dia é evitar que se faça isto diante deles. A gente no trabalho procura uma sala isolada e faz um refeitório improvisado enquanto o sol não se põe.
Tutorial das roupas
Os povos árabes se notabilizam por seu vestuário. Seja por costume da religião ou motivação religiosa, mulheres e homens têm peças que os fazem ser reconhecidos no mundo inteiro. Basicamente todas elas têm uma característica típica das diferentes regiões e nações do mundo árabe, mas para quem é de fora e vê constantemente as vestimentas do "povo das mil e uma noites", valem curiosidades básicas, seja no lado feminino ou masculino.
Burca x Abaya
Dica básica e sempre lembrada para não haver confusão quando se fala do vestuário feminino no mundo árabe. Aquela peça longa como se fosse uma capa com mangas compridas e que que cobre todo o corpo das mulheres, geralmente em cor preta chama-se abaya. É comum que ela seja chamada de burca, peça semelhante, mas que necessariamente cobre também toda a cabeça, escondendo o rosto da pessoa. O máximo que se permite são pequenas aberturas para os olhos. Menos formal e rígida, a abaya pode ser vista em outras cores com complemento do véu que também pode variar de padrão.
Gutra, Igal e Kandura
A vestimenta masculina árabe tem muitas variações de peças, mas basicamente há três que podem simbolizar a síntese daquilo que se coloca como traje típico dos homens do Oriente Médio. O que mais chama a atenção sempre é aquela espécie de vestido longo, a maioria das vezes em branco, mas que permite muitas outras cores, cada uma com sua história.
A denominação é Kandura. Além disso, há aquele pano, como se fosse um véu sobre a cabeça dos homens que é chamado de Igal e que tem uma grande variação de maneiras de ser dobrado ou colodado, cada uma com um significado diferente. Para sustentar o Igal, os árabes usam uma corda grossa que dá duas voltas na cabeça e é chamada de Ghafyia.
Delegação Canarinho
Juninho Paulista, Tite, Cleber Xavier, Luís Vagner Vivian (supervisor), Hamilton Correia (administrador), Aloísio Rocha (segurança) e Vinícius Rodrigues (assessor de imprensa) são os integrantes da Seleção Brasileira que estarão no Catar para o sorteio da Copa do Mundo. Cleber conversará com a imprensa antes da decisão dos grupos do Mundial, na tarde desta sexta-feira (1), e Tite falará apenas após a definição do chaveamento da primeira fase. Quem também deve se manifestar é Juninho. O coordenador provavelmente confirmará os adversários para os amistosos de junho e falará sobre a preparação anterior à Copa, provavelmente sem jogos-treinos em função da falta de tempo. Nos dias seguintes, a comitiva deve visitar os estádios que sediarão os jogos da seleção na fase inicial da Copa.
Influencers em campo
A Fifa não se descuida de novas tendências, especialmente quando isto está ligado ao marketing e a bilhões de pessoas. A entidade convidou influenciadores digitais do mundo inteiro para uma atividade esportiva em meio às reuniões no Catar antes do sorteio do Mundial. Foi organizada uma Copa do Mundo digital, na qual não havia competidores. O prêmio indireto, mas não menos importante, foi a troca de visibilidade. Enquanto os influencers divulgaram a Copa, a exposição deles pelo evento do mundial catapultava números que já são absurdos nas redes sociais.