Horas após ter feito um desabafo em mensagens de áudio, que vazaram nesta sexta-feira e nas quais ele dizia que deixaria o São Paulo junto com Rogério Ceni, Muricy Ramalho revelou que sofreu nova arritmia cardíaca durante a má fase recente do Tricolor. Além disso, ele confirmou que resolveu permanecer, junto com o técnico.
Em uma live na qual foi entrevistado na tarde desta sexta pelo jornalistas Arnaldo Ribeiro e Eduardo Tironi, Muricy afirmou que teve um novo problema cardíaco, ocorrido durante a luta do São Paulo para se livrar do rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Em 2016, o ex-técnico deixou o comando do Flamengo após sofrer uma fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca muito específico, e acabou então anunciando a sua aposentadoria como treinador.
— Eu tive uma arritmia há pouco tempo. Fazia tempo que eu não tinha, mas é o estresse — revelou o dirigente são-paulino, que viu a equipe só afastar o risco de queda para a Série B na penúltima rodada do Brasileirão.
— Todos estão trabalhando muito para melhorar o clube, todos aqui estão sofrendo e não dá para vir aqui e não falar o que a gente sente, a verdade. Eu não estou aqui para ficar acomodado. Recebi até convite da Seleção Brasileira. Podia estar mais tranquilo, ganhando bem e tudo mais, mas não é essa a minha ideia — completou Muricy, que acabou sendo convencido a permanecer no clube depois de mostrar descrença na possibilidade de o Tricolor superar a sua atual situação financeira e voltar a ter bons resultados dentro de campo.
Após reunião com a cúpula são-paulina nesta sexta-feira, o ex-técnico admitiu que seria difícil para ele e para Rogério Ceni recusarem a proposta para seguirem no Tricolor, apesar de o panorama financeiro atual ser muito complicado.
— A gente tem um compromisso com o São Paulo. Difícil dizer não para um clube que é da gente. Meu e também do Rogério, que tem uma história parecida, veio aqui garoto. E de manhã a gente se entusiasma. A gente tinha muitas dúvidas. Estamos atrás de bons negócios. Não temos dinheiro pra comprar jogador. Temos que ser criativos — apontou o coordenador.