Se o beach tennis do Rio Grande do Sul ainda está longe de ser protagonista no circuito profissional, o Estado já é uma potência nas categorias amadoras. Ainda que a modalidade tenha surgido no Brasil inicialmente nos litorais carioca e paulista, a qualidade dos atletas amadores gaúchos chama atenção dos principais nomes do país.
— As minhas alunas jogaram recentemente contra o Rio Grande do Sul na Copa das Federações e me falaram que o nível estava fora da curva. De fato, o beach tennis gaúcho é muito forte no circuito amador — elogia a paranaense Marcela Vita, 32 anos, número 3 do Brasil e 9 do mundo.
A competição citada por Marcela é disputada anualmente entre dezenas de Estados brasileiros desde 2016, com jogos em todas as categorias. Com apenas cinco edições já realizadas, o Rio Grande do Sul conquistou três títulos e foi vice em duas oportunidades, sempre por conta dos bons resultados dos atletas amadores.
— O beach tennis cresce mais onde há mais professores, e Porto Alegre tem muitos professores, muita gente dando aula. Então, o público gaúcho tem mais acesso ao esporte e consegue iniciar com qualidade. Em Blumenau, por exemplo, nós temos hoje uma falta de professores — avalia o catarinense Daniel Schmitt, número 4 do Brasil e 25 do mundo.
Já para o italiano Alex Mingozzi, 40 anos, um dos principais nomes da história do beach tennis mundial, ex-número 1 do mundo e atual técnico da seleção brasileira, a qualidade gaúcha na modalidade se deve à metodologia aplicada nas aulas.
— O nosso ensino aqui tem muita qualidade. Em outros lugares, se chega a dar aula com sete alunos por turma, o que não é o ideal. Aqui (no Rio Grande do Sul) se trabalha com um sistema igual ao da Itália, com três a quatro alunos por aula. É um ensino de alto nível — opina Mingozzi, que mora desde 2014 em Porto Alegre, onde mantém uma escola de beach tennis e dá aulas para alunos de todos os níveis.
Técnico da seleção gaúcha nas categorias profissional e 40+ na última Copa das Federações, o atleta e professor de beach tennis Luciano Venturini, 41 anos, acredita que os amadores gaúchos têm um hábito cultural de investir em um treinamento profissional.
— Os gaúchos gostam de treinar e investem em treinamento de qualidade. Temos amadores no Rio Grande do Sul com uma rotina de treino muito mais acentuada do que a de vários profissionais, que acabam tendo de se dedicar a outras atividades. Então, aqui temos amadores que treinam como se fossem profissionais e profissionais que acabam treinando como se fossem amadores. Mas essa realidade está começando a mudar — avalia Venturini.
Neste final de semana, na Sul Special Cup, etapa de Porto Alegre do circuito mundial, além da presença de 120 profissionais, mais de 600 atletas amadores disputarão os títulos nas categorias A, B, C, 40+ e 50+.