A tentativa de quatro jogadores argentinos de burlar a lei sanitária brasileira respingou na CPI da Covid, no Senado Federal. Um requerimento, assinado pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede/AP), pede que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) forneçam informações detalhadas sobre o caso.
A CPI quer saber se alguma autoridade brasileira estaria envolvida em um suposto acordo para furar as regras sanitárias que restringem a entrada de estrangeiros no país por conta da covid-19.
"Dessa forma, solicito aos nobres pares que aprovem o presente requerimento para que se apurem as falhas no controle sanitário e as possíveis interferências indevidas de autoridades nacionais no referido episódio", escreveu Rodrigues. A CPI da Covid retoma os trabalhos na próxima semana, quando o documento deve ser analisado.
Os jogadores Emiliano Martínez, Buendía, Cristian Romero e Giovani Lo Celso são investigados pela Polícia Federal (PF) e poderão responder criminalmente por darem declarações falsas sobre os locais onde eles haviam passado antes de entrar no país para disputar o jogo contra o Brasil, válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, no domingo (5).
Os atletas estiveram no Reino Unido antes de chegarem ao país para a partida – pela legislação brasileira, eles deveriam ter feito uma quarentena de 14 dias, o que não foi cumprido. Um documento da Anvisa mostra que as declarações sanitárias para acesso ao Brasil dos quatro atletas foram falsificadas.
O jogo acabou interrompido por agentes da Anvisa e da PF. Os quatro jogadores argentinos foram ouvidos e notificados a deixar o país pelo Aeroporto de Guarulhos (SP).