A semana foi de comemoração pelos 50 anos do Sala de Redação. Nesta sexta-feira (18), o programa recebeu a participação do narrador Galvão Bueno, da Globo. Aos 70 anos e nascido no Rio de Janeiro, o carioca acabou por estabelecer uma parte de sua vida no Rio Grande do Sul nos últimos anos.
Galvão tem uma fazenda em Candiota, no interior gaúcho, onde passou parte da pandemia e foi vacinado para o covid-19 recentemente. Participante especial do Sala, o narrador saudou o aniversário e relembrou outras oportunidades em que esteve no programa.
— É uma honra participar. Ouvi tantas vezes nesses últimos 50 anos. Comecei a trabalhar em março de 1974, desde então o Sala faz parte da minha vida. Ouvi, participei, algumas vezes rapidamente, mas com pessoas que fizeram a história desse programa, como o professor Ruy, o Paulo Sant'Ana, o Lauro Quadros e o Wianey Carlet. Para mim, é o programa mais tradicional do rádio esportivo brasileiro. Sempre que quiserem me ligar, estou pronto para encarar qualquer discussão — disse.
O narrador da Globo também falou sobre a situação dos clubes gaúchos no Brasileirão — o Inter tem quatro pontos em 12 disputados, e o Grêmio ainda não somou nenhum ponto em três jogos:
— Eu esperava um pouco mais nesse princípio de temporada, mas mudaram os técnicos. Tiago é excelente, mas demanda tempo para melhorar o time, a mesma coisa no Inter. Acho que é apenas um princípio de temporada, ainda existe tempo para recuperação, tanto no Brasileiro, quanto nos torneios internacionais.
Apesar do mau início de Tiago Nunes no Brasileirão, Galvão fez elogios ao trabalho do técnico gremista, relembrando os títulos que ele conquistou à frente do Athletico-PR nas temporadas de 2018 e 2019.
— O estilo dele demanda tempo, é tudo muito em cima daquele tiki taka do Guardiola, da posse de bola. São formas diferentes de jogar em relação ao Renato. O torcedor não tem paciência, e a barra pesa. Eu o acho um bom técnico, mas nesse momento o resultado não está aparecendo — observou.
Em relação ao Inter e à demissão do técnico espanhol Miguel Ángel Ramírez, o locutor carioca também fez sua análise.
— Ele não tinha experiência de trabalhar em um time do tamanho do Inter, era um profissional jovem, saiu cedo da Espanha e de repente caiu no Beira-Rio e é técnico do Colorado. Acho que, em determinado momento, ele deve ter falado: "o que eu faço agora?". Não é fácil ser técnico da dupla Gre-Nal — finalizou Galvão.