A 47ª edição da Copa América vai mesmo ocorrer. E no Brasil, de novo, a partir deste domingo (13). A Seleção Brasileira enfrenta a Venezuela às 18h, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. No outro jogo da rodada do Grupo B, Colômbia e Equador jogam às 21h, na Arena Pantanal, em Cuiabá.
Torneio de seleções mais antigo do mundo, criado em 1916, a Copa América nunca aconteceu tantas vezes em tão pouco tempo. Desde 2015, são quatro edições em sete temporadas. A última havia sido realizada no Brasil em 2019, com a Conmebol — Confederação Sul-Americana de Futebol — respeitando o rodízio entre os países para sediarem a competição. No entanto, ainda em 2017, a entidade já havia definido que uma nova edição ocorreria em 2020, para que o torneio sul-americano pudesse ocorrer simultaneamente à Eurocopa e, a partir de então, só se repetindo de quatro em quatro anos.
Argentina e Colômbia foram as sedes escolhidas para realizarem os jogos. Pela primeira vez em 104 anos, a Copa América seria sediada em dois países. Mas quando chegou o ano da disputa, o mundo se viu em meio a uma pandemia. E três meses antes da bola rolar, a Conmebol decidiu adiar as partidas em um ano.
Os problemas não pararam por aí. Em janeiro de 2021, Austrália e Catar, que seriam países convidados para os jogos, desistiram de participar em função da covid na América do Sul. Três meses depois, o governo da Colômbia deixou de ser uma das sedes devido ao aumento de protestos generalizados contra uma reforma tributária proposta pelo presidente Ivan Duque. A tensão social provocou um caos no país. E o futebol perdeu espaço.
A Conmebol manteve a competição apenas na Argentina. Mas a ideia durou pouco. Dez dias depois dos colombianos, foi a vez dos argentinos desistirem, graças ao aumento incontrolável dos casos de coronavírus e a necessidade de adoção de medidas restritivas de circulação em todo o país.
O impasse durou pouco. Vinte e quatro horas para ser mais preciso. Na segunda-feira, dia 31 de maio, a Confederação recebeu o "sim" do governo brasileiro e anunciou a repetição da Copa América no Brasil, depois de dois anos. Houve uma série de críticas pois o país é o que tem o pior desempenho no enfrentamento da pandemia, no continente sul-americano, já tendo atingido mais de 480 mil mortes. O presidente Jair Bolsonaro defendeu a realização dos jogos.
— Todos os meus ministros são favoráveis à Copa América com os mesmos protocolos das Eliminatórias e da Libertadores. Desde o começo estou dizendo por ocasião da pandemia: lamento as mortes mas nós temos que viver — finalizou.
Histórica, tradicional, com grandes craques mas sem público nos estádios, vai começar a Copa América mais renegada de todos os tempos. E pela sexta vez, sediada em gramados brasileiros (as outras foram em 1919, 1922, 1949, 1989 e 2019).
As "Copas Américas"
2015 — Em junho, 44ª edição da Copa América, no Chile
2016 — Em junho, 45ª edição da Copa América, nos Estados Unidos — a copa do centenário
2017 — Em março, a Conmebol anuncia a Copa América simultânea a Eurocopa, de quatro em quatro anos, a partir de 2020
2019 — Em abril, Argentina e Colômbia são escolhidas como as sedes de 2020
Em junho, 46ª edição da Copa América, no Brasil
A linha do tempo da Copa América 2020
2020 — Em março, adiada a Copa América para 2021, devido ao coronavírus
2021 — Em fevereiro, Austrália e Catar desistem de participar como convidados
20/5 — A Colômbia desiste de ser uma das sedes
30/5 — A Argentina desiste de sediar o torneio
31/5 — O Brasil aceita receber a competição
10/6 — O STF nega ações que tentavam impedir a realização da Copa América no Brasil
13/6 — Abertura da 47ª edição da Copa América com Brasil x Venezuela, em Brasília
