A Conmebol confirmou nesta quinta-feira (29) que encaminhará às "associações membro" doses da vacina produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech contra a covid-19. A carga chegou da China na noite de quarta-feira. Porém, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ainda avalia se fará a imunização de atletas, comissões técnicas e árbitros.
De acordo com a CBF, a entidade "segue as determinações das autoridades do Ministério da Saúde" e "respeita a legislação vigente". A Comissão Médica da confederação ainda busca contato com o Governo Federal para saber se poderá viabilizar a imunização.
Em contato com GZH, a assessoria de imprensa da CBF garante que a definição sairá nos próximos dias, e que quando houver novidade sobre o uso ou não das vacinas será divulgada pelos canais oficiais da entidade. A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber se haverá liberação para que os atletas e demais envolvidos nos jogos de futebol sejam vacinados com as doses doados à Conmebol, mas a resposta foi que "o assunto está em discussão".
O dilema por parte da confederação se explica, especialmente, pela posição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Logo que a Conmebol comunicou que vacinaria os jogadores, ainda no início de abril, a Anvisa afirmou que as doses que chegassem ao Brasil teriam de ser destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS), "a fim de serem utilizadas no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI)".
A nota encaminhada pela agência reguladora, que exerce o controle sanitário de todos os produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária no país, dizia ainda que os clubes só teriam direito à vacina após a imunização dos grupos prioritários e "desde que pelo menos 50% das doses sejam, obrigatoriamente, doadas ao SUS e as demais sejam utilizadas de forma gratuita".
No texto publicado no site da Conmebol na manhã desta quinta, porém, a entidade que comanda o futebol na América do Sul salienta que as doses terão "nome e sobrenome" e "não pode ser desviadas ou usadas em pessoas que não fazem parte do alvo desta campanha". Neste comunicado, a confederação também esclarece que há possibilidade de algumas pessoas recusarem a imunização e que, neste caso, se houver algum excedente das 50 mil doses recebidas, elas só poderão ser destinadas a outros órgãos com aprovação prévia da Conmebol.
"O critério, naturalmente, é que nenhuma vacina seja desperdiçada e que seja dada prioridade ao ambiente futebolístico", diz trecho do texto publicado pela entidade.
A intenção da Conmebol é vacinar primeiro os envolvidos na Copa América, que será realizada entre os dias 13 de junho e 10 de julho, e as equipes masculinas e femininas que participam dos torneios organizados pela entidade, como Libertadores e Sul-Americana. Depois, a ideia é que todos os times da primeira divisão dos países sul-americanos sem imunizados — incluindo corpo técnico e assistentes. Por último, árbitros e profissionais envolvidos na organização das partidas também receberão as doses.
Conforme a entidade, nenhum jogador ou profissional sem vacina será impedido de entrar em campo. As imunizações servirão "para tornar as competições internacionais mais seguras", destaca a Conmebol.