Uma das esperanças de medalha para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus, o catarinense Darlan Romani, do Pinheiros-SP, conquistou neste domingo (13) a nona vitória consecutiva no arremesso do peso do Troféu Brasil de Atletismo, que foi disputado desde a última quinta-feira, no estádio do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo.
Melhor atleta brasileiro nas últimas duas temporadas, Darlan venceu com a marca de 21,11 metros, seu melhor resultado da temporada.
— Tinha uma expectativa melhor, mas tudo bem. Estou melhorando a cada prova. Agora vou conversar com o meu treinador (o cubano Justo Navarro) para definir a programação para o ano que vem — afirmou o campeão sul-americano, pan-americano e Mundial Militar.
O paranaense Alexsandro Melo (CT Maranhão) aproveitou a ausência do favorito Almir Júnior (Sogipa), que desistiu de competir por causa de uma lesão na coxa esquerda, e venceu o salto triplo com 16,48 metros, a melhor marca da temporada. Campeão também do salto em distância, Bolt, como é conhecido no atletismo, comemorou o bom desempenho no Troféu Brasil.
— Sou o quarto atleta na história a vencer as duas provas na mesma competição. Fiquei muito feliz e, apesar dos pesares causados pela pandemia, continuo buscando objetivos mais altos. Quero permanecer saudável e me preparar da melhor forma possível para a Olimpíada — disse o saltador que repetiu os feitos de João Carlos de Oliveira, Jadel Gregório e João Muniz.
Nos 1.500 metros, Thiago André (Balneário Camboriú) foi o vencedor com 3min39s24. Campeão também dos 800 metros, o corredor fluminense tinha como objetivo bater o recorde do campeonato (3min37s53), que pertence a Joaquim Cruz.
— Saí na frente desde a largada e é muito difícil correr sozinho, ainda mais desgastado pela prova dos 800 metros. Fui contra o relógio, mas estou feliz com dois ouros— disse o recordista sul-americano da prova em pista coberta.
Na prova feminina dos 200 metros, Ana Carolina de Azevedo (Orcampi-SP), que havia perdido os 100 metros por dois milésimos de segundo, garantiu o primeiro título individual do Troféu Brasil com 23s01, superando a favorita Vitória Rosa (Pinheiros), que está classificada para os Jogos de Tóquio nesta prova.
— Estou feliz porque adoro os 200 metros e só tinha sido segundo e terceiro. Gostei da prova e agora vou para o Campeonato Brasileiro Sub-23 —lembrou a jovem atleta.
Pinheiros é pentacampeão brasileiro
O Pinheiros confirmou o favoritismo e conquistou o pentacampeonato do Troféu Brasil. A equipe paulistana venceu na classificação geral com 511,5 pontos. A Orcampi, de Campinas, que havia sido campeã brasileira recentemente sub-18 e sub-20, comemorou o vice com 211. A AABLU, de Blumenau, ficou em terceiro lugar com 194 pontos.
— Foi espetacular realizar o Troféu Brasil num ano marcado pela pandemia da covid-19. Já é uma competição emblemática e, desta vez, foi mais ainda por tudo o que passamos no ano com a ansiedade de saber se poderíamos ou não fazer essa competição. Vivemos uma situação ímpar e nos dá uma alegria e uma emoção muito grande ter feito essa competição que ainda teve o índice olímpico do Felipe dos Santos, no decatlo, uma das provas que é a mais complexa do atletismo. A única palavra que encontro para definir o Troféu Brasil 2020 é espetacular — disse Warlindo Carneiro da Silva Filho, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Felipe Vinicius dos Santos e Gabriele Sousa dos Santos são eleitos os melhores atletas do Troféu Brasil
Um júri especializado elegeu os melhores atletas da competição. Entre os homens, o decatleta Felipe Vinicius dos Santos (AABLU), que superou o índice olímpico e garantiu vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, foi o vencedor.
— O título de melhor atleta é mais um recompensa por todos os sacrifícios feitos nos últimos anos — comentou o atleta de 26 anos.
No feminino, o troféu foi ganho por Gabriele Sousa dos Santos (Pinheiros), que venceu o salto triplo, com 14,17 m, que lhe garantiram o 17º lugar no ranking mundial da prova.
— Queria uma marca melhor, mas fico feliz com o prêmio. Meu objetivo agora é 2021. Não quero o índice olímpico, quero muito fazer a final em Tóquio — afirmou a saltadora.