Qual foi o melhor momento da trajetória de Maradona no futebol? Impossível não lembrar da conquista da Copa do Mundo de 1986 pela Argentina e o "gol do século" contra a Inglaterra. É claro que não se pode deixar de lado o famoso gol com a mão, que de tão especial ganhou até nome — La Mano de Dios — também diante dos europeus.
E o pior capítulo, qual foi? Talvez o que tenha alçado Maradona a tamanha idolatria seja a capacidade de deixar à mostra, de forma tão genuína e ao mesmo tempo, a genialidade do atleta e as imperfeições do ser humano como, por exemplo, na exclusão por doping no Mundial de 1994. Foi desta forma que o ídolo argentino participou de cinco Copas do Mundo, quatro como protagonista dentro do campo e uma à beira do gramado.
O quase em 1978
O início de Maradona como jogador profissional foi em 20 de outubro de 1976, com 15 anos, pelo Argentinos Juniors. O fato de levar o pequeno time de Buenos Aires a incomodar os grandes da Argentina quase fez com que o meia fosse convocado para a Copa do Mundo de 1978. Ele chegou a fazer parte da lista dos pré-convocados, mas foi cortado pelo técnico César Luis Menotti.
A estreia em 1982
Aos 21 anos, com a responsabilidade de ter se destacado pelo Boca Juniors e já negociado com o Barcelona, Maradona pode, enfim, estrear em uma Copa do Mundo. O camisa 10 marcou dois gols na segunda partida da Argentina na competição, na goleada de 4 a 1 sobre a Hungria. No entanto, o sonho do título acabou na fase seguinte, com as derrotas para Itália e Brasil no triangular decisivo. No revés diante dos brasileiros, por 3 a 1, o meia ainda foi expulso por conta de uma falta dura cometida no volante Batista.
O auge em 1986
Se é que ainda não estava entre os grandes, a Copa do Mundo do México tirou qualquer dúvida a respeito da importância de Maradona para o futebol. Para os argentinos, então, nem se fala. Sendo o capitão, Maradona assumiu a condição de protagonista da equipe comandada Carlos Bilardo a partir das quartas de final. Em 22 de junho de 1986, o Estádio Azteca foi palco daquela considerada por muitos como a maior atuação individual de um jogador na história dos Mundiais. Foi a partida do "gol do século" e da "Mano de Dios". Sete dias depois, na final contra a Alemanha, Maradona foi o autor do passe para Burruchaga marcar o gol do bicampeonato.
O troco em 1990
A idolatria no Napoli fez com que Maradona se sentisse em casa durante a Copa do Mundo de 1990, disputada na Itália. Nas oitavas de final, foi a vez de dar o troco na Seleção Brasileira. O camisa 10 avançou pelo meio-campo, deixou três jogadores do Brasil para trás e tocou para Caniggia driblar Taffarel e anotar o gol da vitória: 1 a 0. Na semifinal, um duelo contra os anfitriões, justamente em Nápoles. Triunfo nos pênaltis e vaga na final contra a Alemanha. Contudo, com várias desfalques para a decisão, a Argentina não conseguiu chegar ao tri.
O doping em 1994
Maradona já havia sido flagrado no exame antidoping em 1991, quando foi suspenso pela Fifa. Com uma recuperação inesperada, o ídolo chegou em forma para o Mundial dos Estados Unidos. No primeiro jogo, golaço na vitória de 4 a 0 sobre a Grécia. Antes da última rodada da fase grupos, o jogador foi pego pelo doping mais uma vez. O motivo foi o uso da efedrina, substância utilizada em medicamentos para emagrecimento, o que o levou a ser excluído da competição. A Argentina viria a ser eliminada nas oitavas de final para a surpreendente Romênia.
O comandante em 2010
Maradona foi o técnico da seleção argentina na Copa do Mundo de 2010. Ele foi chamado após os maus resultados de Alfio Basile. O caminho até o Mundial teve alguns percalços, como a derrota de 6 a 1 diante do Bolívia, o pior resultado da história dos hermanos. Na África do Sul, uma primeira fase tranquila, com três vitórias em três jogos. O pesadelo veio nas quartas. Derrota de 4 a 0 para a Alemanha e fim do sonho de chegar ao título como treinador. Semanas após a competição, Maradona deixou o comando da equipe.