A história do clássico Gre-Nal sempre foi cercada de polêmicas e confusões dentro de campo. Um jogo mais ríspido, que os atletas muitas vezes acabam se entregando mais do que em outras partidas. Nos últimos anos, têm sido comum vermos os jogadores de Grêmio e Inter se desentendendo dentro de campo.
Provocações começaram a se tornar mais frequentes do lado do vitorioso, expulsões voltaram com força e as confusões muitas vezes extrapolaram os xingamentos e passaram para o confronto físico. Até 2016, o Grêmio enfrentava uma seca de 15 anos sem títulos, a gangorra Gre-Nal mostrava o Inter em cima e o começo daquele ano marcou uma das maiores provocações coloradas ao Tricolor.
Depois da comemoração de Sasha no título gaúcho daquele ano, onde ele dançou valsa com a bandeirinha de escanteio (em referência aos 15 anos sem conquistas do rival, ainda que ele negue), as provocações se sucederam e até extravasaram os clássicos.
Confira a linha do tempo
O Gre-Nal do trator e a resposta de Edilson
Antes do clássico 410, vazou um áudio de Argel, então técnico do Inter, dizendo que o Colorado iria passar o trator no Tricolor. No entanto, o Grêmio venceu aquela partida por 1 a 0, com gol de Douglas. O camisa 10 gremista à época fez um vídeo ironizando a declaração do treinador e causou polêmicas nas redes sociais.
Esse jogo também marcou a primeira resposta do lateral-direito Edilson à comemoração de Eduardo Sasha. Ao término do jogo, com a vitória gremista, o lateral pegou a bandeira de escanteio do Beira-Rio e repetiu o que o atacante do Inter havia feito meses antes.
Edilson versus Dourado
O lateral gremista voltou a ser personagem de mais uma confusão em Gre-Nais. No clássico seguinte de 2016, em um lance da partida, ele e o volante Rodrigo Dourado se estranharam e o jogador gremista desferiu um soco no adversário. Ambos acabaram sendo expulsos pelo árbitro. Posteriormente, Edilson foi suspenso por cinco partidas e desfalcou o Grêmio no Brasileirão.
William versus Bolaños (parte 2)
Depois da cotovelada de William que tirou Bolaños dos gramados em grande parte de 2016, os jogadores voltaram a se encontrar pelo Gauchão de 2017. No primeiro lance entre os dois, mais uma confusão entre eles e também entre os demais jogadores. O clima bélico já estava criado no Gre-Nal e demoraria para sair.
Maicon e D'Alessandro no cara ou coroa
Essa confusão começou ainda antes da bola rolar no Gre-Nal 413, quando o árbitro Jean Pierre Lima foi sortear com quem começava a bola, os capitães à época, Maicon e D'Alessandro se estranharam e o argentino se aproximou do camisa 8 gremista para xingá-lo.
— Naquele dia, o árbitro falou: “Vocês já sabem como eu apito, quero só que vocês joguem e me deixem apitar”. Então, eu disse: “Eu vim aqui para jogar, mas se tu deixar ele apitar, vou apitar também, vou tumultuar e ninguém vai jogar, porque ninguém vai me ganhar na marra”. Ele não é mais homem que eu, nem eu que ele. Futebol tem que ser resolvido dentro de campo. O torcedor vai ao estádio para ver jogo bonito, e não um cara apitar o jogo todo e no final, aos 45, o árbitro dar um amarelo para ele. Não, na marra não vai ganhar — contou Maicon, posteriormente.
Arrego e briga no vestiário
O Gre-Nal 417 já tinha sido tumultuado dentro de campo com confusões entre Ramiro e Cuesta e Moledo e Cícero, mas a briga se sucedeu para os vestiários após a vitória colorada. Com o resultado positivo, os colorados provocaram os rivais, e os gremistas se irritaram. Maicon, que estava fora da partida por uma lesão muscular, apareceu e tentou ir para cima dos rivais.
– Depois não vem pedir arrego – gritou o volante.
Na sequência, o técnico Renato Gaúcho tentou ir ao vestiário colorado, mas foi interpelado por seguranças do Inter, e a troca de empurrões se intensificou. Seguranças de lado a lado se envolveram, enquanto jogadores e dirigentes colorados comemoraram a vitória aos gritos de "vamos, Inter", dentro do vestiário.
Renato e Cuesta
Ao final do primeiro tempo do primeiro jogo da final do Gauchão de 2019, um lance provocou confusão. Victor Cuesta seguiu na jogada depois de falta marcada pelo árbitro Leandro Vuaden e atingiu um jogador do Grêmio no chão. Renato, à beira do gramado, não se conteve, invadiu o gramado e botou o dedo na cara do zagueiro argentino.
Depois da partida, Renato falou sobre a confusão e disse que não era otário, reafirmando que Cuesta teria pisado no seu jogador. À época vice-presidente de futebol do Inter, Roberto Melo usou a entrevista coletiva após a partida para dizer que a arbitragem teria medo do técnico gremista.
Expulsões de D'Ale e Odair no banco de reservas
O árbitro Jean Pierre Lima marcou um pênalti em cima de Cortez depois de consultar o VAR. A marcação enlouqueceu D'Alessandro que partiu para cima do juiz e quase o agrediu, antes de ser expulso. O então treinador colorado também ficou incrédulo e reclamou, o que acabou provocando sua expulsão também. Odair só saiu do campo quando acompanhado pelos homens da Brigada Militar.
Oito expulsos na Libertadores
A primeira partida da história entre os dois clubes na principal competição sul-americana ia transcorrendo com normalidade até os 40 minutos do segundo tempo. Após dividida entre Moisés e Pepê na lateral de campo, os dois atletas se estranharam e trocaram xingamentos. Ao invés de conter os ânimos, os jogadores se juntaram à briga e iniciaram uma confusão generalizada.
Os dois que iniciaram a briga foram expulsos, assim como Edenilson e Luciano, que trocaram as primeiras agressões. Perto da partida voltar à normalidade, Paulo Miranda foi pra cima de Moisés, que revidou. A partir daí, a pancadaria comeu solta dos dois lados, com socos, chutes e voadoras dos dois lados.
Após um pouco mais de 10 minutos de paralisação, o árbitro Fernando Rapallini deu cartão vermelho para Cuesta e Praxedes, do lado do Inter, além de Caio Henrique e Paulo Miranda, do lado gremista. Ao todo, foram oito expulsões na partida.
Patrick e Orejuela
O Gre-Nal 426 se encaminhava para uma partida sem maiores confusões. O Grêmio ganhava por 1 a 0 e ia se classificando para a final do Gauchão, para enfrentar o Caxias, mas depois do segundo gol gremista, todos jogadores foram na bandeira de escanteio comemorar, menos Orejuela. Em fato ainda desconhecido, Patrick se irritou com o colombiano e partiu para cima do jogador gremista, desencadeando mais uma confusão, mas dessa vez com menos envolvidos. O árbitro Leandro Vuaden expulsou os dois jogadores e os problemas acabaram.