A retomada do Campeonato Carioca foi cercada de polêmicas. O Botafogo, junto do Fluminense, chegou a entrar na Justiça para a impedir a volta da competição, o que foi negado. No último domingo (28), o clube alvinegro goleou a Cabofriense por 6 a 2 em uma partida que ficou marcada pelos protestos. Para o zagueiro Ruan Renato, a falta de tempo para realizar a preparação da equipe, que estava há mais de três meses sem atuar, foi um dos principais motivos de indignação.
— Nós jogadores fomos contra (a volta do futebol), o clube também. Chegou um momento que tivemos de ceder, pois não seria possível estender mais a paralisação. A nossa maior indignação foi o fato de marcarem o jogo para uma semana depois. Não houve lesão, mas corremos o risco. A nossa integridade ficou exposta, por conta do pouco tempo de treinamento. Mas o cenário não é o ideal. Foi o único estadual que voltou, com uma pressa sem necessidade. É meio surreal — afirmou.
O jogador também comentou a decisão do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, de liberar a presença de público, limitada a um terço da capacidade do estádio, nas partidas do Carioca realizadas a partir de 10 de julho. No entanto, por conta das críticas, a medida está sendo repensada pelas autoridades.
— Nós amamos o futebol. Eu, por exemplo, estava com uma saudade imensa, mas sabemos que não é o momento ideal para o futebol. A gente vê a situação dos outros países, que estão 60 dias na nossa frente, eles voltaram dando o tempo suficiente para a preparação. Aqui, voltou de uma forma precipitada e pensar em torcida é até difícil comentar. Fica claro que é um absurdo — ressaltou.
A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj) elaborou um protocolo de segurança que deve ser seguido à risca pelo envolvidos em uma partida. Os jogadores devem utilizar máscaras nos vestiário e não deve haver aperto de mão entre os atletas, tudo com o intuito de evitar uma possível contaminação.
— Na hora do jogo não ocorre (algum receio de ser contaminado). A gente entra no clima do jogo, foca na questão de buscar a vitória e acaba esquecendo um pouco disso. Mas querendo ou não, você pensa alguma coisa, pode ficar um pouco mais distraído quando o jogo está parado. Com a bola rolando não se pensa muito nisso — concluiu.