Assim como todas as modalidades esportivas, o tênis também está impactado pela pandemia do coronavírus e tem suas competições paralisadas desde março, com a suspensão e até cancelamento de diversos torneios, como por exemplo o de Wimbledon.
Os circuitos da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais) e WTA (Associação Feminina de Tênis) não têm disputas desde março. Uma volta às atividades estava programada para 13 de julho, mas de acordo com o jornal espanhol Marca, esta data deve ser prolongada até o dia 3 de agosto.
Em sua edição deste domingo (26), a publicação informa que foram realizadas reuniões entre dirigentes nas últimas semanas e foi determinado que não há condições de realizar qualquer torneio até agosto.
— Dificilmente o tênis vai voltar esse ano. É um esporte muito global. Pelas restrições de cada país, deve ser um dos últimos a voltar à normalidade, exatamente por restrições de entrada e saída de cada país — afirma o gaúcho Marcelo Demoliner, atual 48º colocado no ranking mundial de duplas.
Com a possibilidade de não poder voltar ao circuito internacional neste ano, o tenista nascido em Caxias do Sul disse à reportagem de Gaúcha ZH que os jogadores brasileiros estão se organizando para realizar competições nacionais, quando as autoridades de saúde liberarem o retorno às atividades.
— A ideia é fazer de duas a três semanas de pré-temporada com os jogadores brasileiros em Florianópolis. E, depois deste período, um circuito de seis a oito etapas com duração de quatro a cinco dias, com jogos de simples e duplas. O World Team Tennis, que ocorre nos Estados Unidos, é um modelo pra isso. São jogos de simples, duplas, duplas mistas, com os jogos sendo disputados ainda de portões fechados — conta o vencedor de três títulos da série 250 da ATP, o último deles em Córdoba, na Argentina, em fevereiro deste ano.
Além de colocar os jogadores em atividade, o circuito brasileiro serviria para ajudar os atletas financeiramente, já que alguns já enfrentam dificuldades financeiras.
— Estou tentando ver de forma positiva (a paralisação). Desde os 14 anos, quando saí de Caxias do Sul, eu ficava no máximo um mês em casa. Então, estou tentando ficar o máximo com a família, a namorada. Essas coisas são positivas, mas claro que prejudica o financeiro até porque no momento "estou desempregado", já que não temos salário fixo e ganhamos a cada torneio. Eu ainda tenho patrocínios, mas outros não têm isso e plantam pela manhã para colher à noite — relata Marcelo Demoliner, que projeta o circuito nacional para novembro.