O Grand Slam de tênis de Wimbledon, previsto para ser disputado entre 29 de junho e 12 de julho, foi cancelado pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, desta vez devido à pandemia do novo coronavírus, anunciaram nesta quarta-feira (1º) os organizadores.
Ao mesmo tempo, a ATP e a WTA anunciaram a prolongação da suspensão dos circuitos masculino e feminino de tênis profissionais até 13 de julho, o que impossibilita a disputa de toda a temporada sobre grama.
"Devastado", reagiu rapidamente no Twitter o tenista suíço Roger Federer, oito vezes campeão de Grand Slam britânico.
Com o anúncio, os atuais campeões de Wimbledon, o sérvio Novak Djokovic e a romena Simona Halep não poderão defender seus títulos em 2020.
A decisão, tomada "com grande pena" pelo All England Club, confirmou o que já era esperado há semanas: a impossibilidade de Wimbledon ser disputado por causa da pandemia do coronavírus, que já infectou mais de 840.000 pessoas no mundo todo e causou 40.000 mortes, e a dificuldade de se reagendar o torneio devido às particularidades da grama.
A opção de disputar o torneio com portões fechados, sem a presença do público, havia sido descartada há dias.
"Tínhamos consciência de que a organização do The Championships só havia sido interrompida no passado pelas Guerras Mundiais, mas, após o estudo exaustivo de todos os cenários, consideramos que, dado o contexto de crise mundial, a decisão de cancelar este ano o evento é a correta", declarou em comunicado o presidente do All England Club, Ian Hewitt.
"Fico muito triste de saber que Wimbledon não acontecerá este ano", tuitou Halep, campeã da chave feminina em 2019. "A final do ano passado será para sempre um dos dias mais felizes da minha vida".
"Mas estamos passando por algo maior que o tênis e Wimbledon voltará! E isso significa que tenho ainda mais tempo para defender meu título", destacou a romena.
A organização adiantou que a 134ª edição do Grand Slam sobre grama será disputado entre 28 de junho e 11 de julho de 2021.
- Dúvidas sobre Federer e Serena -
A notícia coloca pontos de interrogação sobre a presença em 2021 de dois dos maiores campeões da história do torneio, Federer e a americana Serena Williams, já que ambos os tenistas se aproximam dos 40 anos de idade.
No caso de Serena, dona de 23 troféus de Grand Slam, esta decisão é mais um obstáculo no desafio de igualar o recorde de títulos que pertence à australiana Margaret Court (24).
A decisão do All England Club não se viu envolvida em críticas e polêmicas, ao contrário do que havia acontecido com Roland Garros.
Os organizadores de Roland Garros, que seria disputado entre 24 de maio e 7 de junho, reagendaram o torneio sobre saibro para 20 de setembro a 4 de outubro deste ano, ou seja, uma semana após o US Open, tradicional quarto Grand Slam da temporada.
A organização do Grand Slam nova-iorquino confirmou que mantém as datas previstas para o torneio, de 31 de agosto a 13 de setembro.
* AFP