A CBF prepara uma cartilha para que os clubes possam, gradualmente, voltar às atividades nos CTs ao longo da pandemia de coronavírus. A informação foi dada pelo jornalista Marcel Rizzo, do portal UOL, e ainda não foi oficializada nem pela entidade nem recebida por clubes e federações. Há uma reunião marcada para quarta-feira (22), no qual o documento deverá ser apresentado. Nele, estão orientações que vão desde a chegada dos atletas aos locais de trabalho até os tipos de treinos que poderão ser realizados. E ficará claro que o recomeço não poderá contrariar os decretos dos governos municipais e estaduais. A intenção é de que os treinos comecem em maio, para que as competições sejam retomadas a partir de junho.
Segundo a notícia, os jogadores serão orientados a irem já fardados de casa para o CT e que retornem às residências ao final das atividades. Os vestiários devem permanecer sem utilização e, se for necessário, algum ambiente higienizado será disponibilizado. Isso poderá obrigar alguns clubes a realizarem obras para adaptar seus centros. Não é o caso da dupla Gre-Nal. Tanto o CT Parque Gigante, do Inter, quanto o Luiz Carvalho, do Grêmio, permitem acesso direto aos campos sem necessariamente passar por algum ambiente fechado.
As academias não poderão funcionar. Todas as atividades devem ser feitas a céu aberto, e os atletas precisarão ser divididos em grupos de até sete integrantes. Eles devem ter a temperatura aferida. Além disso, passarão por testes para covid-19 - o que poderá ser estendido aos familiares.
Apesar de não se manifestarem publicamente, os clubes já esperavam pelas orientações da CBF e, inclusive, se preparavam para esse retorno gradual. Eles reforçaram a disponibilidade de álcool gel e aumentaram os processos de higienização.
Na segunda-feira (20), a Conmebol também divulgou que elaborou um protocolo de ações para um retorno gradual às atividades. O documento, cujo teor não foi divulgado, acabou enviado diretamente à Fifa, e conta com recomendações de médicos das confederações filiadas e especialistas. A entidade limitou-se a afirmar que "o principal objetivo será salvaguardar a saúde da grande família do futebol sul-americano".
Cartilha
— Atletas deverão chegar já fardados e ir embora direto após os treinos;
— Vestiários não deverão ser usados;
— Todos terão temperatura corporal aferida e passarão por testes de covid-19;
— Não haverá treinos em academias;
— Todas as atividades serão feitas em ambientes abertos;
— Jogadores serão divididos em grupos de até sete profissionais
Esportivo
É feriadão para o Esportivo. O clube, único do Estado a ter convocado os jogadores para treinarem juntos, liberou os atletas até quarta-feira (22). Quando retornarem, às 9h do dia 22, os jogadores terão sessões de trabalhos físicos e técnicos na Montanha dos Vinhedos. Farão atividades em dois turnos, e depois pela manhã até sábado, antes da próxima folga. É desta forma que o representante de Bento Gonçalves no Gauchão tenta se adaptar durante esse período sem jogos.
Atletas e comissão técnica fizeram um acordo com a direção. Para manter seus vínculos até que haja uma definição sobre o Gauchão, os profissionais aceitaram reduzir seus vencimentos em 70%. Na prática, é como se recebessem parceladamente por um mês a mais do que o contrato original, previsto para acabar em abril.
Enquanto isso, voltaram a treinar. Para isso, foi elaborado um protocolo de segurança, a partir da flexibilização adotada pela prefeitura. A cartilha obriga os jogadores a entrarem no vestiário em grupos de cinco, para que fiquem distantes. Ao chegarem, passam por aferição da temperatura. Uma vez aprovados, têm 10 minutos para colocar os uniformes e subir para o campo. As sessões na academia também são para cinco profissionais por vez. Nas dependências do clube, devem usar máscaras e utilizar álcool gel. Os ambientes são higienizados, garante o Esportivo. A alimentação é feita no refeitório e é a cozinheira quem serve, não há mais buffet. Pratos e talheres descartáveis são utilizados algumas vezes.
Os treinos são realizados no estádio, a céu aberto. Segundo o técnico Carlos Moraes, foram montadas tarefas que possam ser realizadas individualmente ou em pequenos grupos. Os aspectos físicos e técnicos são privilegiados em relação aos táticos e coletivos, como passes, lançamentos, domínios, conclusão etc.
— Não há atividades de confronto entre os atletas, que possa ter mais contato. Mantemos a distância entre todos. Foi o que conseguimos adaptar neste momento — resume Moraes.