O incêndio que atingiu o CT Ninho do Urubu, do Flamengo, e que neste sábado (8) completa um ano, acabou com o sonho de 10 jovens que jogavam nas categorias de base do clube carioca. Quando as chamas causadas por um curto-circuito em um ar condicionado iniciaram, havia 26 atletas no local. Destes, apenas 16 conseguiram sobreviver. Todos os garotos foram indenizados pela equipe do Rio de Janeiro.
Três jogadores tiveram ferimentos mais graves e foram hospitalizados na época. O primeiro a receber alta, três dias depois do ocorrido, foi o atacante Cauan Emanuel. O goleiro Francisco Dyogo foi o segundo a ser liberado do hospital, uma semana após o incidente. Em abril de 2019, Francisco chegou a ser convocado para a seleção brasileira sub-15 para um período de treinamentos na Granja Comary, que serviu de preparação para o campeonato sul-americano da categoria.
Dos feridos, o caso que necessitou de mais cuidados foi o do zagueiro Jhonata Ventura, que teve 30% do corpo queimado. Ele recebeu alta no dia 13 de abril, mais de dois meses depois do incêndio. Quase um ano após o acidente, o defensor ainda não voltou as suas atividades normais. A previsão é de que em dois meses Jhonata retorne aos treinos com bola. Cauan Emanuel e Francisco Dyogo treinam normalmente no Ninho do Urubu desde o dia 12 de março.
— Hoje nós temos um problema um pouco mais sério, que é a dilatação do esôfago, mas isso também está evoluindo muito bem — afirmou o representante jurídico de Jhonata, Jonadab de Souza, em entrevista ao programa Esporte Espetacular, da Globo, do último domingo (2).
Dos 16 sobreviventes, cinco deles não tiveram o contrato renovado e foram liberados pelo Flamengo em janeiro deste ano: Caike Duarte, Felipe Cardoso, João Vitor, Naydjel Callebe e Wendel Alves.
— Aprendi mais uma dura lição da vida em busca deste sonho ao ser liberado pelo Flamengo por telefone. Não entendi e chorei, gritei, culpei tudo e todos. Não quis falar com ninguém por um período. A dor foi gigante em meu peito — escreveu o meia Felipe Cardoso em seu Instagram após a dispensa.
De acordo com o clube carioca, a saída dos atletas faz parte de um processo natural de avaliação do desempenho dos atletas que compõem as categorias de base da equipe. Porém, após um período de testes, Felipe Cardoso assinou um contrato de três anos com o Red Bull Brasil, com uma multa estipulada para o Exterior em R$ 215 milhões de reais.
— Foram atletas que a gente entendeu que não atingiram o nível para permanecer no Flamengo. Os outros a gente entende que conseguiram se desenvolver. Alguns deles até superaram as expectativas — declarou o coordenador da base do Flamengo, Eduardo Freeland, também em entrevista ao Esporte Espetacular.
Seguem no Flamengo, além de Cauan Emanuel, Francisco Dyogo e Jhonata Ventura, Rayan Lucas, Kayque Soares, Gabriel de Castro, Samuel Barbosa, Filipe Chrysman e Jean Sales. Pablo Ruan e Kennedy Lucas se transferiram para outras equipes.