O Ministério do Esporte do Irã anunciou que mulheres passarão a ter presença autorizada nos estádios do país para assistir às partidas da seleção masculina de futebol. O primeiro jogo com a permissão será em 10 de outubro.
A medida vem após a morte de Sahar Khodayari, que colocou fogo no próprio corpo em protesto ao veto. Ela era torcedora do Esteghlal e seria julgada por uma tentativa de entrar em um jogo disfarçada de homem.
— Todas as preparações necessárias foram feitas de maneira que as mulheres possam entrar nos estádios de futebol — disse, em nota, o ministro Masoud Soltanifar.
Essas preparações incluem um reforço na segurança para a circulação das torcedoras e adaptações nos banheiros. Haverá entradas separadas para as mulheres, cuja presença nos estádios iranianos era vetada desde 1981, reflexo da legislação ultraconservadora instituída após a revolução de 1979.
A autorização era um velho pedido da Fifa. A entidade chegou a ameaçar a federação iraniana com a possibilidade de excluir sua seleção de participar do processo de classificação para a próxima Copa do Mundo.
O governo moderado do presidente Hassan Ruhani já havia mostrado abertura para discutir o tema. No ano passado, mulheres puderam ir ao Estádio Azadi, em Teerã, para assistir em um telão às partidas do Irã contra Espanha e Portugal, na Copa do Mundo da Rússia.
Há jogos da equipe nacional marcadas para o próximo mês, pelas eliminatórias para o Mundial de 2022. No dia 10 de outubro, o Irã receberá a visita do time do Camboja, também no Estádio Azadi, com mulheres na torcida.