A ginástica brasileira fez história nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Com 11 medalhas, distribuídas em quatro ouros, quatro pratas e três bronzes, a seleção obteve o melhor desempenho da história. O anterior pertencia ao Pan do Rio, de 2007, quando somou o mesmo número de medalhas, mas com quatro ouros, duas pratas e cinco bronzes.
— Aqui em Lima, atingimos nossos objetivos como grupo, foram oito medalhas da equipe masculina (quatro ouros e quatro pratas). Os meninos se preparam muito para esse evento, que foi um dos mais importantes do ano. O outro será o Mundial, em Stuttgart, classificatório para os Jogos Olímpicos — afirmou Leonardo Finco, chefe da delegação da seleção masculina, que já esteve em sete Pan-Americanos e três Olimpíadas.
Com três ouros, Francisco Barretto foi o principal nome brasileiro em Lima. Além do título por equipes, o paulista de 29 anos faturou o ouro no cavalo com alças e na barra fixa.
— Não existe segredo, é trabalho. A comissão inteira está trabalhando junto, com o mesmo foco, é uma equipe. Os resultados individuais foram consequência de um trabalho em equipe. Não tem segredo — disse Barreto, o primeiro brasileiro a ganhar um ouro no cavalo com alças no Pan.
A grande novidade foi o gaúcho Luís Porto, que fez parte da equipe medalhista de ouro, e que ainda esteve na final do salto.
— O Luís está evoluindo gradativamente. Aqui, foi o estreante do grupo e colaborou muito para o resultado da equipe — garantiu Finco, que também é técnico do Grêmio Náutico União.
A decepção em Lima ficou por conta do principal ginasta do país, Arthur Zanetti, que chegou como favorito absoluto ao ouro nas argolas, mas acabou tendo de se contentar com a medalha de prata.
— Um dever foi cumprido, que era o da equipe, mas o dever pessoal, não. Quando não cumpro um objetivo, não tenho motivo para ficar satisfeito. Agora é trabalhar para fazer o melhor no Mundial, que vale vaga olímpica — disse Zanetti, campeão dos Jogos de Londres-2016 e vice no Rio-2016.
Vale lembrar que no Pan de Lima, o Brasil não pode contar com Rebeca Andrade, que precisou passar por uma cirurgia para reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, lesionado durante o Campeonato Brasileiro, em junho. Jade Barbosa, que sofreu uma leve entorse no joelho esquerdo, dois dias antes do início dos Jogos de Lima também foi desfalque. Mesmo assim, a equipe feminina deixará a capital peruana carregando três bronzes, todos com a presença de Flávia Saraiva: equipes, individual geral e solo.